Pedagogia e trabalho na economia popular: Vislumbres de uma pedagogia descolonizadora

Autores
Guelman, Leda Anahi; Palumbo, María Mercedes
Año de publicación
2020
Idioma
portugués
Tipo de recurso
parte de libro
Estado
versión publicada
Descripción
Este artigo se propõe a socializar e colocar em discussão uma série de apontamentos para agregar na construção da categoria "pedagogias descolonizadoras" surgidas no próprio trabalho de vínculo e articulação com os movimentos sociais e no diálogo com o referencial acadêmico do campo de estudo. Estas reflexões se encaixam na aposta por sistematizar desde o empírico os componentes das pedagogias descolonizadoras, já que são poucos os estudos direcionados à temática pedagógica que partem desde as práticas e experiências com a perspectiva dos estudos descoloniais. Nas descobertas dos projetos de pesquisa que sustentam e alimentam as considerações deste capítulo, trabalhamos especificamente com a Interbarrial de Esteban Echeverría, uma organização membro do Movimiento Nacional Campesino Indígena (MNCI) de Buenos Aires, investigando e analisando conjuntamente seus processos de trabalho autogerido-cooperativo com base nas pedagogias descolonizadoras. O Interbarrial se apresenta como um fórum de discussão, intercâmbio e articulação do trabalho político e produtivo desenvolvido pelo MNCI-Buenos Aires em quatro bairros populares de Esteban Echeverría, localizados na região sudoeste da província de Buenos Aires, na Argentina4. Cada um desses bairros possui empreendimentos produtivos proporcionados pela organização coletiva em centros comunitários: cooperativa têxtil e granja no centro Los Sin Techo, cooperativa de confeiteiras e conservas em Los Gurises, cooperativa de confeiteiras em"Remolines e cooperativa de serigrafia e de produção de pão no centro do Altos. Acreditamos que a Interbarrial de Esteban Echeverría é um caso especial pois sua localização geográfica é urbana, mas a sua participação no quadro nacional de MNCI permite um diálogo com os postulados do campesinato e dos povos indígenas, como a soberania alimentar, a agroecologia, a reforma agrária completa; assim como reivindicar origens camponesas e apelar para os saberes ancestrais de seus integrantes. Neste sentido, a articulação entre o urbano e alguns aspectos do campesinato e dos indígenas presentes em biografias, práticas e saberes oferecem uma contribuição potencialmente substancial para práticas pedagógicas descolonizadoras no âmbito dos processos de trabalho. Em nossa abordagem, retomaremos às considerações teóricas propostas pelo princípio formativo do trabalho (Gramsci, 2009) permitindo-nos unir trabalho e pedagogia. Acreditamos que os processos de trabalho autogerido e cooperativo em movimentos sociais são uma das áreas onde se inscrevem e se gestam, cotidianamente, as pedagogias descolonizadoras latino-americanas. Nessas áreas específicas, observamos certas lógicas que questionam as formas produtivas, epistêmicas e pedagógicas tradicionais, e que contribuem para a sistematização de uma série componentes mais gerais e próprios das pedagogias descolonizadoras. Ao mesmo tempo, localizamos uma série de penumbras nos processos de formação que nos conduziram a questionar a complexidade e as contradições no desenvolvimento concreto dessas pedagogias. Entre elas, destacamos em outro artigo (Guelman y Palumbo, 2016) questões sobre a feminilização do trabalho autogerido, a divisão entre trabalho manual e intelectual, as dificuldades de vínculo entre o individual e o coletivo e, finalmente, as possibilidades de projeção no político dos empreendimentos produtivos. Para tanto, no seio destes empreendimentos produtivos se apresentam de modo simultâneo as resistências de um modo hegemônico de vida, de um padrão de poder e de um modelo de conhecimento, assim como a potencialidade de desafiá-lo. Este artigo apresenta cinco seções que abordam uma série de apontamentos sobre as características que, partindo do trabalho de campo realizado e em diálogo com investigações precedentes, são centrais na definição das pedagogias descolonizadoras. Na continuação, apresentaremos os principais argumentos delineados e levantaremos questionamentos, de modo complementar, para desenvolver em trabalhos futuros.
Fil: Guelman, Leda Anahi. Universidad de Buenos Aires. Facultad de Filosofía y Letras. Instituto de Ciencias de la Educación; Argentina
Fil: Palumbo, María Mercedes. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas; Argentina. Universidad de Buenos Aires. Facultad de Filosofía y Letras. Instituto de Ciencias de la Educación; Argentina
Materia
PEDAGOGIAS DESCOLONIZADORAS
TRABALHO
ECONOMIA
MOVIMENTOS SOCIAIS
Nivel de accesibilidad
acceso abierto
Condiciones de uso
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Repositorio
CONICET Digital (CONICET)
Institución
Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas
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Nas descobertas dos projetos de pesquisa que sustentam e alimentam as considerações deste capítulo, trabalhamos especificamente com a Interbarrial de Esteban Echeverría, uma organização membro do Movimiento Nacional Campesino Indígena (MNCI) de Buenos Aires, investigando e analisando conjuntamente seus processos de trabalho autogerido-cooperativo com base nas pedagogias descolonizadoras. O Interbarrial se apresenta como um fórum de discussão, intercâmbio e articulação do trabalho político e produtivo desenvolvido pelo MNCI-Buenos Aires em quatro bairros populares de Esteban Echeverría, localizados na região sudoeste da província de Buenos Aires, na Argentina4. Cada um desses bairros possui empreendimentos produtivos proporcionados pela organização coletiva em centros comunitários: cooperativa têxtil e granja no centro Los Sin Techo, cooperativa de confeiteiras e conservas em Los Gurises, cooperativa de confeiteiras em"Remolines e cooperativa de serigrafia e de produção de pão no centro do Altos. Acreditamos que a Interbarrial de Esteban Echeverría é um caso especial pois sua localização geográfica é urbana, mas a sua participação no quadro nacional de MNCI permite um diálogo com os postulados do campesinato e dos povos indígenas, como a soberania alimentar, a agroecologia, a reforma agrária completa; assim como reivindicar origens camponesas e apelar para os saberes ancestrais de seus integrantes. Neste sentido, a articulação entre o urbano e alguns aspectos do campesinato e dos indígenas presentes em biografias, práticas e saberes oferecem uma contribuição potencialmente substancial para práticas pedagógicas descolonizadoras no âmbito dos processos de trabalho. Em nossa abordagem, retomaremos às considerações teóricas propostas pelo princípio formativo do trabalho (Gramsci, 2009) permitindo-nos unir trabalho e pedagogia. Acreditamos que os processos de trabalho autogerido e cooperativo em movimentos sociais são uma das áreas onde se inscrevem e se gestam, cotidianamente, as pedagogias descolonizadoras latino-americanas. Nessas áreas específicas, observamos certas lógicas que questionam as formas produtivas, epistêmicas e pedagógicas tradicionais, e que contribuem para a sistematização de uma série componentes mais gerais e próprios das pedagogias descolonizadoras. Ao mesmo tempo, localizamos uma série de penumbras nos processos de formação que nos conduziram a questionar a complexidade e as contradições no desenvolvimento concreto dessas pedagogias. Entre elas, destacamos em outro artigo (Guelman y Palumbo, 2016) questões sobre a feminilização do trabalho autogerido, a divisão entre trabalho manual e intelectual, as dificuldades de vínculo entre o individual e o coletivo e, finalmente, as possibilidades de projeção no político dos empreendimentos produtivos. Para tanto, no seio destes empreendimentos produtivos se apresentam de modo simultâneo as resistências de um modo hegemônico de vida, de um padrão de poder e de um modelo de conhecimento, assim como a potencialidade de desafiá-lo. Este artigo apresenta cinco seções que abordam uma série de apontamentos sobre as características que, partindo do trabalho de campo realizado e em diálogo com investigações precedentes, são centrais na definição das pedagogias descolonizadoras. Na continuação, apresentaremos os principais argumentos delineados e levantaremos questionamentos, de modo complementar, para desenvolver em trabalhos futuros.Fil: Guelman, Leda Anahi. Universidad de Buenos Aires. Facultad de Filosofía y Letras. Instituto de Ciencias de la Educación; ArgentinaFil: Palumbo, María Mercedes. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas; Argentina. Universidad de Buenos Aires. Facultad de Filosofía y Letras. 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Fil: Guelman, Leda Anahi. Universidad de Buenos Aires. Facultad de Filosofía y Letras. Instituto de Ciencias de la Educación; Argentina
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