Representação de evasão e pobreza em oficinas de capacitação profissional em ONGs confessionais no Brasil

Autores
Ferreira, Arthur Vianna
Año de publicación
2014
Idioma
portugués
Tipo de recurso
artículo
Estado
versión aceptada
Descripción
A presente pesquisa, resultado do mestrado em Educação, objetivou identificar as possíveis representações sociais de ‘pobres’ existentes nos discursos sobre evasão dos gestores, educadores e alunos (evadidos ou não) – e suas possíveis conseqüências na prática educativa – nos cursos de capacitação profissional para adultos de uma ONG caritativa do terceiro setor brasileiro, administrada pela Igreja Católica Apostólica Romana, em um bairro em situação de risco, na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Para alcançar estes objetivos buscou-se descobrir as representações presentes no discurso sobre evasão existente no ambiente de formação profissional, averiguar se estas representações se configuram como representações sociais, e como elas orientam as práticas desenvolvidas pelos educadores sociais em suas oficinas de profissionalização na ONG. A partir da Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici – em uma abordagem processual de Denise Jodelet – e da análise das figuras retóricas presentes nos discursos – de Olivier Reboul e Chaïm Perelman –, encontrou-se o modelo figurativo das representações sociais a partir das figuras de sentidos metafóricas– proposto por Tarso Bonilla Mazzotti – presente no material discursivo sobre a evasão produzido pelos grupos envolvidos neste processo educativo, obtido através de grupos focais com os educandos (presentes e evadidos), das entrevistas semi-dirigidas com os responsáveis pelos setores educativos, administrativos e religiosos, edos registros institucionais. A análise destes discursos epidícticos dos sujeitos, a respeito da evasão ocorrida no ambiente sócio-educacional identificou-se um modelo figurativo de representações sociais de ‘pobre’ que é partilhado pelos grupos envolvidos no processo de capacitação profissional nestes espaços educativos (educadores, educandos e outros profissionais da assistência social e da gestão). Este modelo se apresenta com a função de justificar tanto a evasão quanto a permanência dos sujeitos nos cursos. A ‘pobreza’, vivenciada por estes grupos se apresenta em uma concepção tanto essencialista (os alunos “são” pobres) quanto sócio-relacional (os alunos “estão” pobres). Assim, as representações sociais de ‘pobre’ auxiliam na naturalização da evasão como parte integrante das relações sócio-educativas estabelecidas entre os educadores e a camada empobrecida (ou seja, os “pobres são assim mesmo”). Desta forma, o conteúdo e a didática utilizada pelos profissionais da educação não são os responsáveis pela evasão, mas o desinteresse pela pertença ao grupo parte dos próprios sujeitos-pobres, que por sua condição de pobreza, não desejam receber os conteúdos propostos pelas oficinas de capacitação e por isto o abandonam ao longo do semestre. Outrossim, estas mesmas representações, presentes no discurso sobre evasão, reafirmam a ‘cegueira institucional’ que, ao mesmo tempo que, impede de reorganizar os objetivos institucionais de inserção no mercado de trabalho destes sujeitos, considera a evasão como parte intrínseca da ação sócio-educativa com os ‘pobres’ assistidos pela instituição. Assim, esta realidade auxilia na categorização dàqueles que evadem como os pobres ‘desinteressados’ e, por conseguinte, sim apreço ao seu futuro. Uma vez que não se encaixam nos parâmetros e conteúdos determinados pela instituição para a formação de uma nova classe de inserção no mercado de trabalho formal e/ou informal, a culpa da evasão destes sujeitos não sobrecai na instituição, mas sim no sujeito que não consegue se adequar ao que é proposto pela instituição sócio-educativa . Desta forma, as representações sociais de pobre mantém as práticas educativas estabelecidas neste espaço educacional atendendo as demandas de realização profissional destes educadores sociais, e dos cursos de capacitação profissional, em detrimento as reais necessidades dos educandos em situação de pobreza, originando assim a evasão como reflexo natural do trabalho de profissionalização realizado por esta instituição e que não é visto – ou não quer ser visto – pelos responsáveis da organização do trabalho sócio-educativo.
Fil: Ferreira, Arthur Vianna. Universidade Castelo Branco. Fundação Carlos Chagas; Brasil
Materia
Formación profesional
Brasil
Adolescentes
Niños
Talleres
Pobreza
Educación
Organizaciones no gubernamentales
ONG
Nivel de accesibilidad
acceso abierto
Condiciones de uso
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Repositorio
RIDAA (UNICEN)
Institución
Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires
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Para alcançar estes objetivos buscou-se descobrir as representações presentes no discurso sobre evasão existente no ambiente de formação profissional, averiguar se estas representações se configuram como representações sociais, e como elas orientam as práticas desenvolvidas pelos educadores sociais em suas oficinas de profissionalização na ONG. A partir da Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici – em uma abordagem processual de Denise Jodelet – e da análise das figuras retóricas presentes nos discursos – de Olivier Reboul e Chaïm Perelman –, encontrou-se o modelo figurativo das representações sociais a partir das figuras de sentidos metafóricas– proposto por Tarso Bonilla Mazzotti – presente no material discursivo sobre a evasão produzido pelos grupos envolvidos neste processo educativo, obtido através de grupos focais com os educandos (presentes e evadidos), das entrevistas semi-dirigidas com os responsáveis pelos setores educativos, administrativos e religiosos, edos registros institucionais. A análise destes discursos epidícticos dos sujeitos, a respeito da evasão ocorrida no ambiente sócio-educacional identificou-se um modelo figurativo de representações sociais de ‘pobre’ que é partilhado pelos grupos envolvidos no processo de capacitação profissional nestes espaços educativos (educadores, educandos e outros profissionais da assistência social e da gestão). Este modelo se apresenta com a função de justificar tanto a evasão quanto a permanência dos sujeitos nos cursos. A ‘pobreza’, vivenciada por estes grupos se apresenta em uma concepção tanto essencialista (os alunos “são” pobres) quanto sócio-relacional (os alunos “estão” pobres). Assim, as representações sociais de ‘pobre’ auxiliam na naturalização da evasão como parte integrante das relações sócio-educativas estabelecidas entre os educadores e a camada empobrecida (ou seja, os “pobres são assim mesmo”). Desta forma, o conteúdo e a didática utilizada pelos profissionais da educação não são os responsáveis pela evasão, mas o desinteresse pela pertença ao grupo parte dos próprios sujeitos-pobres, que por sua condição de pobreza, não desejam receber os conteúdos propostos pelas oficinas de capacitação e por isto o abandonam ao longo do semestre. Outrossim, estas mesmas representações, presentes no discurso sobre evasão, reafirmam a ‘cegueira institucional’ que, ao mesmo tempo que, impede de reorganizar os objetivos institucionais de inserção no mercado de trabalho destes sujeitos, considera a evasão como parte intrínseca da ação sócio-educativa com os ‘pobres’ assistidos pela instituição. Assim, esta realidade auxilia na categorização dàqueles que evadem como os pobres ‘desinteressados’ e, por conseguinte, sim apreço ao seu futuro. Uma vez que não se encaixam nos parâmetros e conteúdos determinados pela instituição para a formação de uma nova classe de inserção no mercado de trabalho formal e/ou informal, a culpa da evasão destes sujeitos não sobrecai na instituição, mas sim no sujeito que não consegue se adequar ao que é proposto pela instituição sócio-educativa . Desta forma, as representações sociais de pobre mantém as práticas educativas estabelecidas neste espaço educacional atendendo as demandas de realização profissional destes educadores sociais, e dos cursos de capacitação profissional, em detrimento as reais necessidades dos educandos em situação de pobreza, originando assim a evasão como reflexo natural do trabalho de profissionalização realizado por esta instituição e que não é visto – ou não quer ser visto – pelos responsáveis da organização do trabalho sócio-educativo.Fil: Ferreira, Arthur Vianna. Universidade Castelo Branco. 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