A influência da paleoestabilidade climática na filogeografia do roedor subterrâneo Ctenomys flamarioni (Rodentia: Ctenomyidae)
- Autores
- Flores Gasparetto, Luiza; Fernández, Gabriela; Carnovale, Cecilia Soledad; Maestri, Renan; Galiano, Daniel; Busnello Kubiak, Bruno; Peçanha, Willian Tomaz; Ochotorena Freitas, Thales Renato
- Año de publicación
- 2019
- Idioma
- portugués
- Tipo de recurso
- documento de conferencia
- Estado
- versión publicada
- Descripción
- Tuco-tuco-das-dunas (Ctenomys flamarioni) são roedores subterrâneos com distribuição restrita a Planície Costeira do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Marcada por instabilidade climática, a área de ocorrência de C. flamarioni pode ter sido afetada devido as flutuações do nível do mar no período Quaternário, influenciando a dinâmica de ocupação desses roedores devido à redução da disponibilidade de hábitat em decorrência da variação da temperatura e umidade. Deste modo, destacamos a hipótese de ‘refúgios’ (i.e. áreas com alta estabilidade climática ao longo do tempo apresentariam alta diversidade e estruturação genéticas) como premissa ao padrão nesta espécie. Neste estudo verificamos a https://ri.conicet.gov.ar/admin/static/img/broom.pnginfluência da estabilidade climática do Quaternário no padrão filogeográfico de C. flamarioni, e sugerimos duas Unidades Evolutivamente Significativas (ESU’s) para a espécie. Foram amostrados 162 indivíduos de 10 localidades distribuídas ao longo da distribuição geográfica da espécie. Os padrões filogeográficos foram estimados a partir de marcadores nucleares (microssatélites) e mitocondriais (Cyt-b e D-loop). Estimativas de divergência populacional foram realizadas através de índice de diferenciação genética FST (nDNA) e análise de variância molecular [AMOVA] (para mtDNA). A teoria da coalescência foi utilizada em várias abordagens para o avaliar o ‘tempo’, modo e estrutura de divergência da população, incluindo reconstruções baseadas em inferência bayesianas para os distintos marcadores. Como variável climática utilizamos os mapas desenvolvidos por Carnaval et al. (2014) que correspondem a paleoestabilidade climática desde o último período interglacial até o presente. Em uma regressão linear, verificamos a influência da paleoestabilidade sobre a diversidade genética nuclear, utilizando a heterozigozidade (He) como parâmetro. Os resultados indicaram que há divergência genética entre as populações, além de um gradiente norte-sul de estrutura populacional. As populações mais ao Norte e Centrais da distribuição apresentaram níveis maiores de variabilidade genética em relação as do Sul, tanto para marcadores mitocondriais quanto para os microssatélites. FST e AMOVA’s (Φ ST) revelaram populações altamente diferenciadas, embora o grupo hierárquico AMOVA considerando os clusters (Norte e Sul) apresente um grande percentual de variação (~60%) que poderia ser explicado por fatores geográficos. Ainda, foi verificada uma relação positiva entre a paleoestabilidade climática e o índice de diversidade genética (r2 = 0.48, p < 0.05), indicando influência histórica nos padrões filogeográficos da espécie. A reconstrução filogenética calibrada estimou o tempo para o ancestral mais recente em c. 100 ka a todos os haplótipos de C. flamarioni, e um padrão demográfico de lento crescimento populacional. A reconstrução demográfica indicou uma redução no tamanho populacional há ~ 500 anos atrás. Apesar da monofilia para C. flamarioni, foram observados dois (não-suportados) clados de mtDNA (Cyt-b) estruturados em duas regiões distintas. Desta forma, sugerimos duas ESU’s para C. flamarioni: (1) a primeira correspondendo às populações ao norte da Lagoa dos Patos; e outra (2) referente às populações ao sul da Lagoa dos Patos. Ainda, baseado nas informações climáticas históricas, levantamos a ‘hipótese de microrefúgio’ para C. flamarioni, na qual a porção norte da distribuição seria o reduto de paleoestabilidade ambiental e, consequentemente, da diversidade genética da espécie, proporcionando o atual cenário filogeográfico apresentado.
Fil: Flores Gasparetto, Luiza. Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Brasil
Fil: Fernández, Gabriela. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas. Centro de Investigaciones y Transferencia del Noroeste de la Provincia de Buenos Aires. Universidad Nacional del Noroeste de la Provincia de Buenos Aires. Centro de Investigaciones y Transferencia del Noroeste de la Provincia de Buenos Aires; Argentina
Fil: Carnovale, Cecilia Soledad. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas. Centro de Investigaciones y Transferencia del Noroeste de la Provincia de Buenos Aires. Universidad Nacional del Noroeste de la Provincia de Buenos Aires. Centro de Investigaciones y Transferencia del Noroeste de la Provincia de Buenos Aires; Argentina
Fil: Maestri, Renan. Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Brasil
Fil: Galiano, Daniel. Universidad Federal de Fronteira Sul; Brasil
Fil: Busnello Kubiak, Bruno. Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões; Brasil
Fil: Peçanha, Willian Tomaz. Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Brasil
Fil: Ochotorena Freitas, Thales Renato. Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Brasil
X Congresso Brasileiro de Mastozoologia y X Encontro Brasileiro para estudo de Quirópteros
Águas de Lindóia
Brasil
Sociedade Brasileira de Mastozoologia - Materia
-
PALEOESTABILIDADE CLIMÁTICA
REFÚGIO
ESU
MARCADORES MOLECULARES - Nivel de accesibilidad
- acceso abierto
- Condiciones de uso
- https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/ar/
- Repositorio
.jpg)
- Institución
- Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas
- OAI Identificador
- oai:ri.conicet.gov.ar:11336/160220
Ver los metadatos del registro completo
| id |
CONICETDig_2de64ee7dacd0823aeac976acd9b0264 |
|---|---|
| oai_identifier_str |
oai:ri.conicet.gov.ar:11336/160220 |
| network_acronym_str |
CONICETDig |
| repository_id_str |
3498 |
| network_name_str |
CONICET Digital (CONICET) |
| spelling |
A influência da paleoestabilidade climática na filogeografia do roedor subterrâneo Ctenomys flamarioni (Rodentia: Ctenomyidae)Flores Gasparetto, LuizaFernández, GabrielaCarnovale, Cecilia SoledadMaestri, RenanGaliano, DanielBusnello Kubiak, BrunoPeçanha, Willian TomazOchotorena Freitas, Thales RenatoPALEOESTABILIDADE CLIMÁTICAREFÚGIOESUMARCADORES MOLECULAREShttps://purl.org/becyt/ford/1.6https://purl.org/becyt/ford/1Tuco-tuco-das-dunas (Ctenomys flamarioni) são roedores subterrâneos com distribuição restrita a Planície Costeira do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Marcada por instabilidade climática, a área de ocorrência de C. flamarioni pode ter sido afetada devido as flutuações do nível do mar no período Quaternário, influenciando a dinâmica de ocupação desses roedores devido à redução da disponibilidade de hábitat em decorrência da variação da temperatura e umidade. Deste modo, destacamos a hipótese de ‘refúgios’ (i.e. áreas com alta estabilidade climática ao longo do tempo apresentariam alta diversidade e estruturação genéticas) como premissa ao padrão nesta espécie. Neste estudo verificamos a https://ri.conicet.gov.ar/admin/static/img/broom.pnginfluência da estabilidade climática do Quaternário no padrão filogeográfico de C. flamarioni, e sugerimos duas Unidades Evolutivamente Significativas (ESU’s) para a espécie. Foram amostrados 162 indivíduos de 10 localidades distribuídas ao longo da distribuição geográfica da espécie. Os padrões filogeográficos foram estimados a partir de marcadores nucleares (microssatélites) e mitocondriais (Cyt-b e D-loop). Estimativas de divergência populacional foram realizadas através de índice de diferenciação genética FST (nDNA) e análise de variância molecular [AMOVA] (para mtDNA). A teoria da coalescência foi utilizada em várias abordagens para o avaliar o ‘tempo’, modo e estrutura de divergência da população, incluindo reconstruções baseadas em inferência bayesianas para os distintos marcadores. Como variável climática utilizamos os mapas desenvolvidos por Carnaval et al. (2014) que correspondem a paleoestabilidade climática desde o último período interglacial até o presente. Em uma regressão linear, verificamos a influência da paleoestabilidade sobre a diversidade genética nuclear, utilizando a heterozigozidade (He) como parâmetro. Os resultados indicaram que há divergência genética entre as populações, além de um gradiente norte-sul de estrutura populacional. As populações mais ao Norte e Centrais da distribuição apresentaram níveis maiores de variabilidade genética em relação as do Sul, tanto para marcadores mitocondriais quanto para os microssatélites. FST e AMOVA’s (Φ ST) revelaram populações altamente diferenciadas, embora o grupo hierárquico AMOVA considerando os clusters (Norte e Sul) apresente um grande percentual de variação (~60%) que poderia ser explicado por fatores geográficos. Ainda, foi verificada uma relação positiva entre a paleoestabilidade climática e o índice de diversidade genética (r2 = 0.48, p < 0.05), indicando influência histórica nos padrões filogeográficos da espécie. A reconstrução filogenética calibrada estimou o tempo para o ancestral mais recente em c. 100 ka a todos os haplótipos de C. flamarioni, e um padrão demográfico de lento crescimento populacional. A reconstrução demográfica indicou uma redução no tamanho populacional há ~ 500 anos atrás. Apesar da monofilia para C. flamarioni, foram observados dois (não-suportados) clados de mtDNA (Cyt-b) estruturados em duas regiões distintas. Desta forma, sugerimos duas ESU’s para C. flamarioni: (1) a primeira correspondendo às populações ao norte da Lagoa dos Patos; e outra (2) referente às populações ao sul da Lagoa dos Patos. Ainda, baseado nas informações climáticas históricas, levantamos a ‘hipótese de microrefúgio’ para C. flamarioni, na qual a porção norte da distribuição seria o reduto de paleoestabilidade ambiental e, consequentemente, da diversidade genética da espécie, proporcionando o atual cenário filogeográfico apresentado.Fil: Flores Gasparetto, Luiza. Universidade Federal do Rio Grande do Sul; BrasilFil: Fernández, Gabriela. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas. Centro de Investigaciones y Transferencia del Noroeste de la Provincia de Buenos Aires. Universidad Nacional del Noroeste de la Provincia de Buenos Aires. Centro de Investigaciones y Transferencia del Noroeste de la Provincia de Buenos Aires; ArgentinaFil: Carnovale, Cecilia Soledad. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas. Centro de Investigaciones y Transferencia del Noroeste de la Provincia de Buenos Aires. Universidad Nacional del Noroeste de la Provincia de Buenos Aires. Centro de Investigaciones y Transferencia del Noroeste de la Provincia de Buenos Aires; ArgentinaFil: Maestri, Renan. Universidade Federal do Rio Grande do Sul; BrasilFil: Galiano, Daniel. Universidad Federal de Fronteira Sul; BrasilFil: Busnello Kubiak, Bruno. Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões; BrasilFil: Peçanha, Willian Tomaz. Universidade Federal do Rio Grande do Sul; BrasilFil: Ochotorena Freitas, Thales Renato. Universidade Federal do Rio Grande do Sul; BrasilX Congresso Brasileiro de Mastozoologia y X Encontro Brasileiro para estudo de QuirópterosÁguas de LindóiaBrasilSociedade Brasileira de MastozoologiaSociedade Brasileira de Mastozoologia2019info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjectCongresoBookhttp://purl.org/coar/resource_type/c_5794info:ar-repo/semantics/documentoDeConferenciaapplication/pdfapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11336/160220A influência da paleoestabilidade climática na filogeografia do roedor subterrâneo Ctenomys flamarioni (Rodentia: Ctenomyidae); X Congresso Brasileiro de Mastozoologia y X Encontro Brasileiro para estudo de Quirópteros; Águas de Lindóia; Brasil; 2019; 537-538CONICET DigitalCONICETporinfo:eu-repo/semantics/altIdentifier/url/https://sbmz.org/anais/Internacionalinfo:eu-repo/semantics/openAccesshttps://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/ar/reponame:CONICET Digital (CONICET)instname:Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas2025-10-22T11:19:57Zoai:ri.conicet.gov.ar:11336/160220instacron:CONICETInstitucionalhttp://ri.conicet.gov.ar/Organismo científico-tecnológicoNo correspondehttp://ri.conicet.gov.ar/oai/requestdasensio@conicet.gov.ar; lcarlino@conicet.gov.arArgentinaNo correspondeNo correspondeNo correspondeopendoar:34982025-10-22 11:19:57.749CONICET Digital (CONICET) - Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicasfalse |
| dc.title.none.fl_str_mv |
A influência da paleoestabilidade climática na filogeografia do roedor subterrâneo Ctenomys flamarioni (Rodentia: Ctenomyidae) |
| title |
A influência da paleoestabilidade climática na filogeografia do roedor subterrâneo Ctenomys flamarioni (Rodentia: Ctenomyidae) |
| spellingShingle |
A influência da paleoestabilidade climática na filogeografia do roedor subterrâneo Ctenomys flamarioni (Rodentia: Ctenomyidae) Flores Gasparetto, Luiza PALEOESTABILIDADE CLIMÁTICA REFÚGIO ESU MARCADORES MOLECULARES |
| title_short |
A influência da paleoestabilidade climática na filogeografia do roedor subterrâneo Ctenomys flamarioni (Rodentia: Ctenomyidae) |
| title_full |
A influência da paleoestabilidade climática na filogeografia do roedor subterrâneo Ctenomys flamarioni (Rodentia: Ctenomyidae) |
| title_fullStr |
A influência da paleoestabilidade climática na filogeografia do roedor subterrâneo Ctenomys flamarioni (Rodentia: Ctenomyidae) |
| title_full_unstemmed |
A influência da paleoestabilidade climática na filogeografia do roedor subterrâneo Ctenomys flamarioni (Rodentia: Ctenomyidae) |
| title_sort |
A influência da paleoestabilidade climática na filogeografia do roedor subterrâneo Ctenomys flamarioni (Rodentia: Ctenomyidae) |
| dc.creator.none.fl_str_mv |
Flores Gasparetto, Luiza Fernández, Gabriela Carnovale, Cecilia Soledad Maestri, Renan Galiano, Daniel Busnello Kubiak, Bruno Peçanha, Willian Tomaz Ochotorena Freitas, Thales Renato |
| author |
Flores Gasparetto, Luiza |
| author_facet |
Flores Gasparetto, Luiza Fernández, Gabriela Carnovale, Cecilia Soledad Maestri, Renan Galiano, Daniel Busnello Kubiak, Bruno Peçanha, Willian Tomaz Ochotorena Freitas, Thales Renato |
| author_role |
author |
| author2 |
Fernández, Gabriela Carnovale, Cecilia Soledad Maestri, Renan Galiano, Daniel Busnello Kubiak, Bruno Peçanha, Willian Tomaz Ochotorena Freitas, Thales Renato |
| author2_role |
author author author author author author author |
| dc.subject.none.fl_str_mv |
PALEOESTABILIDADE CLIMÁTICA REFÚGIO ESU MARCADORES MOLECULARES |
| topic |
PALEOESTABILIDADE CLIMÁTICA REFÚGIO ESU MARCADORES MOLECULARES |
| purl_subject.fl_str_mv |
https://purl.org/becyt/ford/1.6 https://purl.org/becyt/ford/1 |
| dc.description.none.fl_txt_mv |
Tuco-tuco-das-dunas (Ctenomys flamarioni) são roedores subterrâneos com distribuição restrita a Planície Costeira do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Marcada por instabilidade climática, a área de ocorrência de C. flamarioni pode ter sido afetada devido as flutuações do nível do mar no período Quaternário, influenciando a dinâmica de ocupação desses roedores devido à redução da disponibilidade de hábitat em decorrência da variação da temperatura e umidade. Deste modo, destacamos a hipótese de ‘refúgios’ (i.e. áreas com alta estabilidade climática ao longo do tempo apresentariam alta diversidade e estruturação genéticas) como premissa ao padrão nesta espécie. Neste estudo verificamos a https://ri.conicet.gov.ar/admin/static/img/broom.pnginfluência da estabilidade climática do Quaternário no padrão filogeográfico de C. flamarioni, e sugerimos duas Unidades Evolutivamente Significativas (ESU’s) para a espécie. Foram amostrados 162 indivíduos de 10 localidades distribuídas ao longo da distribuição geográfica da espécie. Os padrões filogeográficos foram estimados a partir de marcadores nucleares (microssatélites) e mitocondriais (Cyt-b e D-loop). Estimativas de divergência populacional foram realizadas através de índice de diferenciação genética FST (nDNA) e análise de variância molecular [AMOVA] (para mtDNA). A teoria da coalescência foi utilizada em várias abordagens para o avaliar o ‘tempo’, modo e estrutura de divergência da população, incluindo reconstruções baseadas em inferência bayesianas para os distintos marcadores. Como variável climática utilizamos os mapas desenvolvidos por Carnaval et al. (2014) que correspondem a paleoestabilidade climática desde o último período interglacial até o presente. Em uma regressão linear, verificamos a influência da paleoestabilidade sobre a diversidade genética nuclear, utilizando a heterozigozidade (He) como parâmetro. Os resultados indicaram que há divergência genética entre as populações, além de um gradiente norte-sul de estrutura populacional. As populações mais ao Norte e Centrais da distribuição apresentaram níveis maiores de variabilidade genética em relação as do Sul, tanto para marcadores mitocondriais quanto para os microssatélites. FST e AMOVA’s (Φ ST) revelaram populações altamente diferenciadas, embora o grupo hierárquico AMOVA considerando os clusters (Norte e Sul) apresente um grande percentual de variação (~60%) que poderia ser explicado por fatores geográficos. Ainda, foi verificada uma relação positiva entre a paleoestabilidade climática e o índice de diversidade genética (r2 = 0.48, p < 0.05), indicando influência histórica nos padrões filogeográficos da espécie. A reconstrução filogenética calibrada estimou o tempo para o ancestral mais recente em c. 100 ka a todos os haplótipos de C. flamarioni, e um padrão demográfico de lento crescimento populacional. A reconstrução demográfica indicou uma redução no tamanho populacional há ~ 500 anos atrás. Apesar da monofilia para C. flamarioni, foram observados dois (não-suportados) clados de mtDNA (Cyt-b) estruturados em duas regiões distintas. Desta forma, sugerimos duas ESU’s para C. flamarioni: (1) a primeira correspondendo às populações ao norte da Lagoa dos Patos; e outra (2) referente às populações ao sul da Lagoa dos Patos. Ainda, baseado nas informações climáticas históricas, levantamos a ‘hipótese de microrefúgio’ para C. flamarioni, na qual a porção norte da distribuição seria o reduto de paleoestabilidade ambiental e, consequentemente, da diversidade genética da espécie, proporcionando o atual cenário filogeográfico apresentado. Fil: Flores Gasparetto, Luiza. Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Brasil Fil: Fernández, Gabriela. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas. Centro de Investigaciones y Transferencia del Noroeste de la Provincia de Buenos Aires. Universidad Nacional del Noroeste de la Provincia de Buenos Aires. Centro de Investigaciones y Transferencia del Noroeste de la Provincia de Buenos Aires; Argentina Fil: Carnovale, Cecilia Soledad. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas. Centro de Investigaciones y Transferencia del Noroeste de la Provincia de Buenos Aires. Universidad Nacional del Noroeste de la Provincia de Buenos Aires. Centro de Investigaciones y Transferencia del Noroeste de la Provincia de Buenos Aires; Argentina Fil: Maestri, Renan. Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Brasil Fil: Galiano, Daniel. Universidad Federal de Fronteira Sul; Brasil Fil: Busnello Kubiak, Bruno. Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões; Brasil Fil: Peçanha, Willian Tomaz. Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Brasil Fil: Ochotorena Freitas, Thales Renato. Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Brasil X Congresso Brasileiro de Mastozoologia y X Encontro Brasileiro para estudo de Quirópteros Águas de Lindóia Brasil Sociedade Brasileira de Mastozoologia |
| description |
Tuco-tuco-das-dunas (Ctenomys flamarioni) são roedores subterrâneos com distribuição restrita a Planície Costeira do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Marcada por instabilidade climática, a área de ocorrência de C. flamarioni pode ter sido afetada devido as flutuações do nível do mar no período Quaternário, influenciando a dinâmica de ocupação desses roedores devido à redução da disponibilidade de hábitat em decorrência da variação da temperatura e umidade. Deste modo, destacamos a hipótese de ‘refúgios’ (i.e. áreas com alta estabilidade climática ao longo do tempo apresentariam alta diversidade e estruturação genéticas) como premissa ao padrão nesta espécie. Neste estudo verificamos a https://ri.conicet.gov.ar/admin/static/img/broom.pnginfluência da estabilidade climática do Quaternário no padrão filogeográfico de C. flamarioni, e sugerimos duas Unidades Evolutivamente Significativas (ESU’s) para a espécie. Foram amostrados 162 indivíduos de 10 localidades distribuídas ao longo da distribuição geográfica da espécie. Os padrões filogeográficos foram estimados a partir de marcadores nucleares (microssatélites) e mitocondriais (Cyt-b e D-loop). Estimativas de divergência populacional foram realizadas através de índice de diferenciação genética FST (nDNA) e análise de variância molecular [AMOVA] (para mtDNA). A teoria da coalescência foi utilizada em várias abordagens para o avaliar o ‘tempo’, modo e estrutura de divergência da população, incluindo reconstruções baseadas em inferência bayesianas para os distintos marcadores. Como variável climática utilizamos os mapas desenvolvidos por Carnaval et al. (2014) que correspondem a paleoestabilidade climática desde o último período interglacial até o presente. Em uma regressão linear, verificamos a influência da paleoestabilidade sobre a diversidade genética nuclear, utilizando a heterozigozidade (He) como parâmetro. Os resultados indicaram que há divergência genética entre as populações, além de um gradiente norte-sul de estrutura populacional. As populações mais ao Norte e Centrais da distribuição apresentaram níveis maiores de variabilidade genética em relação as do Sul, tanto para marcadores mitocondriais quanto para os microssatélites. FST e AMOVA’s (Φ ST) revelaram populações altamente diferenciadas, embora o grupo hierárquico AMOVA considerando os clusters (Norte e Sul) apresente um grande percentual de variação (~60%) que poderia ser explicado por fatores geográficos. Ainda, foi verificada uma relação positiva entre a paleoestabilidade climática e o índice de diversidade genética (r2 = 0.48, p < 0.05), indicando influência histórica nos padrões filogeográficos da espécie. A reconstrução filogenética calibrada estimou o tempo para o ancestral mais recente em c. 100 ka a todos os haplótipos de C. flamarioni, e um padrão demográfico de lento crescimento populacional. A reconstrução demográfica indicou uma redução no tamanho populacional há ~ 500 anos atrás. Apesar da monofilia para C. flamarioni, foram observados dois (não-suportados) clados de mtDNA (Cyt-b) estruturados em duas regiões distintas. Desta forma, sugerimos duas ESU’s para C. flamarioni: (1) a primeira correspondendo às populações ao norte da Lagoa dos Patos; e outra (2) referente às populações ao sul da Lagoa dos Patos. Ainda, baseado nas informações climáticas históricas, levantamos a ‘hipótese de microrefúgio’ para C. flamarioni, na qual a porção norte da distribuição seria o reduto de paleoestabilidade ambiental e, consequentemente, da diversidade genética da espécie, proporcionando o atual cenário filogeográfico apresentado. |
| publishDate |
2019 |
| dc.date.none.fl_str_mv |
2019 |
| dc.type.none.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/conferenceObject Congreso Book http://purl.org/coar/resource_type/c_5794 info:ar-repo/semantics/documentoDeConferencia |
| status_str |
publishedVersion |
| format |
conferenceObject |
| dc.identifier.none.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/11336/160220 A influência da paleoestabilidade climática na filogeografia do roedor subterrâneo Ctenomys flamarioni (Rodentia: Ctenomyidae); X Congresso Brasileiro de Mastozoologia y X Encontro Brasileiro para estudo de Quirópteros; Águas de Lindóia; Brasil; 2019; 537-538 CONICET Digital CONICET |
| url |
http://hdl.handle.net/11336/160220 |
| identifier_str_mv |
A influência da paleoestabilidade climática na filogeografia do roedor subterrâneo Ctenomys flamarioni (Rodentia: Ctenomyidae); X Congresso Brasileiro de Mastozoologia y X Encontro Brasileiro para estudo de Quirópteros; Águas de Lindóia; Brasil; 2019; 537-538 CONICET Digital CONICET |
| dc.language.none.fl_str_mv |
por |
| language |
por |
| dc.relation.none.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/altIdentifier/url/https://sbmz.org/anais/ |
| dc.rights.none.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/ar/ |
| eu_rights_str_mv |
openAccess |
| rights_invalid_str_mv |
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/ar/ |
| dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf application/pdf application/pdf |
| dc.coverage.none.fl_str_mv |
Internacional |
| dc.publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade Brasileira de Mastozoologia |
| publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade Brasileira de Mastozoologia |
| dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:CONICET Digital (CONICET) instname:Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas |
| reponame_str |
CONICET Digital (CONICET) |
| collection |
CONICET Digital (CONICET) |
| instname_str |
Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas |
| repository.name.fl_str_mv |
CONICET Digital (CONICET) - Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas |
| repository.mail.fl_str_mv |
dasensio@conicet.gov.ar; lcarlino@conicet.gov.ar |
| _version_ |
1846781683451297792 |
| score |
12.982451 |