Indios na cidade e os desafios da pesquisa etnográfica

Autores
Mendes da Silva, Evaldo
Año de publicación
2018
Idioma
portugués
Tipo de recurso
documento de conferencia
Estado
versión publicada
Descripción
No caso da América do Sul, os grupos ameríndios têm ocupado entre nós, antropólogos, o lugar do “exótico” essencial ao exercício da disciplina. Este lugar, como sabemos, está diretamente relacionado ao imaginário social que construímos sobre os grupos indígenas americanos. A distância geográfica e sócio-cultural que separavam “nós” e “eles” fizeram dos ameríndios os nossos “exóticos ideais”: viviam em áreas remotas de montanhas e florestas, falam línguas incompreensíveis e possuem costumes estranhos aos nossos olhos. Durante muitos anos, nós, antropólogos, consideramos a floresta como o habitat natural das populações ameríndias. Assim sendo, os grupos que migravam para áreas urbanas ou rurais passavam a ser classificados como “aculturados”, “extintos” ou “assimilados” (Darci Ribeiro (1977). Fora do seu habitat e destituídas do seu ethos estas populações não despertavam o interesse dos etnólogos por serem consideradas parte do proletariado urbano. No entanto, nas últimas décadas, alguns estudiosos brasileiros que se dedicam à pesquisa de grupos ameríndios têm se deparado com um novo campo de investigação: a cidade. E são os próprios índios, nosso objeto de investigação, que estão reorientando o nosso olhar e ampliando nossos horizontes de compreensão sobre esta nova dimensão da vida social ameríndia – nova, para nós, pesquisadores, pois sabemos que o espaço urbano é parte da experiência ameríndia desde que foram fundados os primeiros núcleos urbanas nas Américas.
Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación
Fuente
Memoria académica
Materia
Ciencias Sociales
Ameríndios
Cidade
Antropologia
Métodos etnográficos
Nivel de accesibilidad
acceso abierto
Condiciones de uso
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
Repositorio
SEDICI (UNLP)
Institución
Universidad Nacional de La Plata
OAI Identificador
oai:sedici.unlp.edu.ar:10915/109144

id SEDICI_f08fab27734aa956a9a92f3e1851e1ae
oai_identifier_str oai:sedici.unlp.edu.ar:10915/109144
network_acronym_str SEDICI
repository_id_str 1329
network_name_str SEDICI (UNLP)
spelling Indios na cidade e os desafios da pesquisa etnográficaMendes da Silva, EvaldoCiencias SocialesAmeríndiosCidadeAntropologiaMétodos etnográficosNo caso da América do Sul, os grupos ameríndios têm ocupado entre nós, antropólogos, o lugar do “exótico” essencial ao exercício da disciplina. Este lugar, como sabemos, está diretamente relacionado ao imaginário social que construímos sobre os grupos indígenas americanos. A distância geográfica e sócio-cultural que separavam “nós” e “eles” fizeram dos ameríndios os nossos “exóticos ideais”: viviam em áreas remotas de montanhas e florestas, falam línguas incompreensíveis e possuem costumes estranhos aos nossos olhos. Durante muitos anos, nós, antropólogos, consideramos a floresta como o habitat natural das populações ameríndias. Assim sendo, os grupos que migravam para áreas urbanas ou rurais passavam a ser classificados como “aculturados”, “extintos” ou “assimilados” (Darci Ribeiro (1977). Fora do seu habitat e destituídas do seu ethos estas populações não despertavam o interesse dos etnólogos por serem consideradas parte do proletariado urbano. No entanto, nas últimas décadas, alguns estudiosos brasileiros que se dedicam à pesquisa de grupos ameríndios têm se deparado com um novo campo de investigação: a cidade. E são os próprios índios, nosso objeto de investigação, que estão reorientando o nosso olhar e ampliando nossos horizontes de compreensão sobre esta nova dimensão da vida social ameríndia – nova, para nós, pesquisadores, pois sabemos que o espaço urbano é parte da experiência ameríndia desde que foram fundados os primeiros núcleos urbanas nas Américas.Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación2018-11info:eu-repo/semantics/conferenceObjectinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionObjeto de conferenciahttp://purl.org/coar/resource_type/c_5794info:ar-repo/semantics/documentoDeConferenciaapplication/pdfhttp://sedici.unlp.edu.ar/handle/10915/109144<a href="http://www.memoria.fahce.unlp.edu.ar" target="_blank">Memoria académica</a>reponame:SEDICI (UNLP)instname:Universidad Nacional de La Platainstacron:UNLPinfo:eu-repo/semantics/altIdentifier/url/http://www.memoria.fahce.unlp.edu.ar/trab_eventos/ev.12681/ev.12681.pdfinfo:eu-repo/semantics/altIdentifier/url/http://elmecs.fahce.unlp.edu.ar/vi-elmecs/actas/MendesdaSilva.pdf/viewinfo:eu-repo/semantics/altIdentifier/issn/2408-3976info:eu-repo/semantics/openAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International (CC BY-NC-ND 4.0)por2025-09-17T10:07:09Zoai:sedici.unlp.edu.ar:10915/109144Institucionalhttp://sedici.unlp.edu.ar/Universidad públicaNo correspondehttp://sedici.unlp.edu.ar/oai/snrdalira@sedici.unlp.edu.arArgentinaNo correspondeNo correspondeNo correspondeopendoar:13292025-09-17 10:07:09.94SEDICI (UNLP) - Universidad Nacional de La Platafalse
dc.title.none.fl_str_mv Indios na cidade e os desafios da pesquisa etnográfica
title Indios na cidade e os desafios da pesquisa etnográfica
spellingShingle Indios na cidade e os desafios da pesquisa etnográfica
Mendes da Silva, Evaldo
Ciencias Sociales
Ameríndios
Cidade
Antropologia
Métodos etnográficos
title_short Indios na cidade e os desafios da pesquisa etnográfica
title_full Indios na cidade e os desafios da pesquisa etnográfica
title_fullStr Indios na cidade e os desafios da pesquisa etnográfica
title_full_unstemmed Indios na cidade e os desafios da pesquisa etnográfica
title_sort Indios na cidade e os desafios da pesquisa etnográfica
dc.creator.none.fl_str_mv Mendes da Silva, Evaldo
author Mendes da Silva, Evaldo
author_facet Mendes da Silva, Evaldo
author_role author
dc.subject.none.fl_str_mv Ciencias Sociales
Ameríndios
Cidade
Antropologia
Métodos etnográficos
topic Ciencias Sociales
Ameríndios
Cidade
Antropologia
Métodos etnográficos
dc.description.none.fl_txt_mv No caso da América do Sul, os grupos ameríndios têm ocupado entre nós, antropólogos, o lugar do “exótico” essencial ao exercício da disciplina. Este lugar, como sabemos, está diretamente relacionado ao imaginário social que construímos sobre os grupos indígenas americanos. A distância geográfica e sócio-cultural que separavam “nós” e “eles” fizeram dos ameríndios os nossos “exóticos ideais”: viviam em áreas remotas de montanhas e florestas, falam línguas incompreensíveis e possuem costumes estranhos aos nossos olhos. Durante muitos anos, nós, antropólogos, consideramos a floresta como o habitat natural das populações ameríndias. Assim sendo, os grupos que migravam para áreas urbanas ou rurais passavam a ser classificados como “aculturados”, “extintos” ou “assimilados” (Darci Ribeiro (1977). Fora do seu habitat e destituídas do seu ethos estas populações não despertavam o interesse dos etnólogos por serem consideradas parte do proletariado urbano. No entanto, nas últimas décadas, alguns estudiosos brasileiros que se dedicam à pesquisa de grupos ameríndios têm se deparado com um novo campo de investigação: a cidade. E são os próprios índios, nosso objeto de investigação, que estão reorientando o nosso olhar e ampliando nossos horizontes de compreensão sobre esta nova dimensão da vida social ameríndia – nova, para nós, pesquisadores, pois sabemos que o espaço urbano é parte da experiência ameríndia desde que foram fundados os primeiros núcleos urbanas nas Américas.
Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación
description No caso da América do Sul, os grupos ameríndios têm ocupado entre nós, antropólogos, o lugar do “exótico” essencial ao exercício da disciplina. Este lugar, como sabemos, está diretamente relacionado ao imaginário social que construímos sobre os grupos indígenas americanos. A distância geográfica e sócio-cultural que separavam “nós” e “eles” fizeram dos ameríndios os nossos “exóticos ideais”: viviam em áreas remotas de montanhas e florestas, falam línguas incompreensíveis e possuem costumes estranhos aos nossos olhos. Durante muitos anos, nós, antropólogos, consideramos a floresta como o habitat natural das populações ameríndias. Assim sendo, os grupos que migravam para áreas urbanas ou rurais passavam a ser classificados como “aculturados”, “extintos” ou “assimilados” (Darci Ribeiro (1977). Fora do seu habitat e destituídas do seu ethos estas populações não despertavam o interesse dos etnólogos por serem consideradas parte do proletariado urbano. No entanto, nas últimas décadas, alguns estudiosos brasileiros que se dedicam à pesquisa de grupos ameríndios têm se deparado com um novo campo de investigação: a cidade. E são os próprios índios, nosso objeto de investigação, que estão reorientando o nosso olhar e ampliando nossos horizontes de compreensão sobre esta nova dimensão da vida social ameríndia – nova, para nós, pesquisadores, pois sabemos que o espaço urbano é parte da experiência ameríndia desde que foram fundados os primeiros núcleos urbanas nas Américas.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-11
dc.type.none.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/conferenceObject
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
Objeto de conferencia
http://purl.org/coar/resource_type/c_5794
info:ar-repo/semantics/documentoDeConferencia
format conferenceObject
status_str publishedVersion
dc.identifier.none.fl_str_mv http://sedici.unlp.edu.ar/handle/10915/109144
url http://sedici.unlp.edu.ar/handle/10915/109144
dc.language.none.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/altIdentifier/url/http://www.memoria.fahce.unlp.edu.ar/trab_eventos/ev.12681/ev.12681.pdf
info:eu-repo/semantics/altIdentifier/url/http://elmecs.fahce.unlp.edu.ar/vi-elmecs/actas/MendesdaSilva.pdf/view
info:eu-repo/semantics/altIdentifier/issn/2408-3976
dc.rights.none.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International (CC BY-NC-ND 4.0)
eu_rights_str_mv openAccess
rights_invalid_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International (CC BY-NC-ND 4.0)
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv <a href="http://www.memoria.fahce.unlp.edu.ar" target="_blank">Memoria académica</a>
reponame:SEDICI (UNLP)
instname:Universidad Nacional de La Plata
instacron:UNLP
reponame_str SEDICI (UNLP)
collection SEDICI (UNLP)
instname_str Universidad Nacional de La Plata
instacron_str UNLP
institution UNLP
repository.name.fl_str_mv SEDICI (UNLP) - Universidad Nacional de La Plata
repository.mail.fl_str_mv alira@sedici.unlp.edu.ar
_version_ 1843532633011650560
score 13.001348