Método de caracterização de argamassas históricas: proposição e estudos de caso
- Autores
- Nascimento, Claudia Bastos do; Oliveira, Mírian C. B. de; Quarcioni, Valdecir Angelo; Katinsky, Júlio Roberto; Silva, Helena Aparecida A.
- Año de publicación
- 2009
- Idioma
- portugués
- Tipo de recurso
- documento de conferencia
- Estado
- versión publicada
- Descripción
- Nas duas últimas décadas do século XX veio se consolidando, no âmbito de estudos científicos internacionais, propostas de ensaios de caracterização de argamassas visando manter as características semelhantes à argamassa original e assim subsidiar a formulação da argamassa a ser utilizada em recuperação ou restauro. Esta conduta está em consonância com o princípio da intervenção mínima, indicada para intervenções no revestimento das fachadas de edificação histórica, que limita a remoção e substituição do revestimento apenas aos trechos deteriorados, ou seja, sempre que possível, a argamassa original em boas condições deve ser mantida. O IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo tem aplicado nos últimos 10 anos em várias edificações históricas, tais como o prédio da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a Estação da Luz, no município de São Paulo, e o Castelo Mourisco da Fundação Oswaldo Cruz na cidade do Rio de Janeiro, um método de trabalho baseado nas seguintes técnicas: trabalho baseado nas seguintes técnicas: Análise mineralógica por difratometria de raios-X: focando identificar os minerais presentes, tanto na pasta como no agregado. É especialmente útil na caracterização de aglomerantes. Análise petrográfica: visando obter uma espécie de “retrato” da microestrutura da argamassa. São obtidos dados quanto: ao agregado (natureza, granulometria e interface com a pasta); aos vazios (distribuição, forma e tipo); e à pasta (presença, intensidade e distribuição da carbonatação, presença de minerais de cimento e/ou de cal). Permite também observar e caracterizar as microfissuras presentes. Reconstituição de traço a partir da análise química da argamassa: obtem-se a relação aglomerante(s)/agregado e a identificação do tipo de aglomerante, que é solubilizado em meio ácido. Ensaios químicos específicos podem ser executados para identificar a presença de sais solúveis e de aditivos modificadores de propriedades, incorporados na produção das argamassas. Descrição do agregado com auxílio da microscopia óptica, podendo se associar à análise granulométrica: fornece a caracterização do agregado, quanto à cor, forma, natureza e granulometria. O acesso às informações históricas da edificação pelo laboratório é fundamental para a caracterização das argamassas, pois serve de balizamento para a interpretação dos resultados. A interpretação conjunta dos resultados dessas análises permite, em geral, corroborar a precisão dos dados de reconstituição do traço da argamassa original, bem como inferir indicações sobre técnicas construtivas, época da construção, a fonte do agregado e informações sobre possíveis intervenções que possam ter ocorrido ao longo do tempo, auxiliando na arqueometria da construção. Em casos específicos, a metodologia aplicada no IPT permite identificar o sítio geológico que forneceu o agregado da argamassa original. No entanto, cabe ressaltar que embora a caracterização da argamassa original seja importante, é apenas um dos aspectos a ser considerado no restauro de edifícios de valor histórico, em que há necessidade de reposição parcial do revestimento de argamassa das fachadas.
Tópico 4: Morteros de cal, materiales cálcicos y cementíceos. - Materia
-
Ingeniería de los Materiales
arquitectura
argamasa - Nivel de accesibilidad
- acceso abierto
- Condiciones de uso
- http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
- Repositorio
- Institución
- Comisión de Investigaciones Científicas de la Provincia de Buenos Aires
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Nas duas últimas décadas do século XX veio se consolidando, no âmbito de estudos científicos internacionais, propostas de ensaios de caracterização de argamassas visando manter as características semelhantes à argamassa original e assim subsidiar a formulação da argamassa a ser utilizada em recuperação ou restauro. Esta conduta está em consonância com o princípio da intervenção mínima, indicada para intervenções no revestimento das fachadas de edificação histórica, que limita a remoção e substituição do revestimento apenas aos trechos deteriorados, ou seja, sempre que possível, a argamassa original em boas condições deve ser mantida. O IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo tem aplicado nos últimos 10 anos em várias edificações históricas, tais como o prédio da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a Estação da Luz, no município de São Paulo, e o Castelo Mourisco da Fundação Oswaldo Cruz na cidade do Rio de Janeiro, um método de trabalho baseado nas seguintes técnicas: trabalho baseado nas seguintes técnicas: Análise mineralógica por difratometria de raios-X: focando identificar os minerais presentes, tanto na pasta como no agregado. É especialmente útil na caracterização de aglomerantes. Análise petrográfica: visando obter uma espécie de “retrato” da microestrutura da argamassa. São obtidos dados quanto: ao agregado (natureza, granulometria e interface com a pasta); aos vazios (distribuição, forma e tipo); e à pasta (presença, intensidade e distribuição da carbonatação, presença de minerais de cimento e/ou de cal). Permite também observar e caracterizar as microfissuras presentes. Reconstituição de traço a partir da análise química da argamassa: obtem-se a relação aglomerante(s)/agregado e a identificação do tipo de aglomerante, que é solubilizado em meio ácido. Ensaios químicos específicos podem ser executados para identificar a presença de sais solúveis e de aditivos modificadores de propriedades, incorporados na produção das argamassas. Descrição do agregado com auxílio da microscopia óptica, podendo se associar à análise granulométrica: fornece a caracterização do agregado, quanto à cor, forma, natureza e granulometria. O acesso às informações históricas da edificação pelo laboratório é fundamental para a caracterização das argamassas, pois serve de balizamento para a interpretação dos resultados. A interpretação conjunta dos resultados dessas análises permite, em geral, corroborar a precisão dos dados de reconstituição do traço da argamassa original, bem como inferir indicações sobre técnicas construtivas, época da construção, a fonte do agregado e informações sobre possíveis intervenções que possam ter ocorrido ao longo do tempo, auxiliando na arqueometria da construção. Em casos específicos, a metodologia aplicada no IPT permite identificar o sítio geológico que forneceu o agregado da argamassa original. No entanto, cabe ressaltar que embora a caracterização da argamassa original seja importante, é apenas um dos aspectos a ser considerado no restauro de edifícios de valor histórico, em que há necessidade de reposição parcial do revestimento de argamassa das fachadas. Tópico 4: Morteros de cal, materiales cálcicos y cementíceos. |
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Nas duas últimas décadas do século XX veio se consolidando, no âmbito de estudos científicos internacionais, propostas de ensaios de caracterização de argamassas visando manter as características semelhantes à argamassa original e assim subsidiar a formulação da argamassa a ser utilizada em recuperação ou restauro. Esta conduta está em consonância com o princípio da intervenção mínima, indicada para intervenções no revestimento das fachadas de edificação histórica, que limita a remoção e substituição do revestimento apenas aos trechos deteriorados, ou seja, sempre que possível, a argamassa original em boas condições deve ser mantida. O IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo tem aplicado nos últimos 10 anos em várias edificações históricas, tais como o prédio da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a Estação da Luz, no município de São Paulo, e o Castelo Mourisco da Fundação Oswaldo Cruz na cidade do Rio de Janeiro, um método de trabalho baseado nas seguintes técnicas: trabalho baseado nas seguintes técnicas: Análise mineralógica por difratometria de raios-X: focando identificar os minerais presentes, tanto na pasta como no agregado. É especialmente útil na caracterização de aglomerantes. Análise petrográfica: visando obter uma espécie de “retrato” da microestrutura da argamassa. São obtidos dados quanto: ao agregado (natureza, granulometria e interface com a pasta); aos vazios (distribuição, forma e tipo); e à pasta (presença, intensidade e distribuição da carbonatação, presença de minerais de cimento e/ou de cal). Permite também observar e caracterizar as microfissuras presentes. Reconstituição de traço a partir da análise química da argamassa: obtem-se a relação aglomerante(s)/agregado e a identificação do tipo de aglomerante, que é solubilizado em meio ácido. Ensaios químicos específicos podem ser executados para identificar a presença de sais solúveis e de aditivos modificadores de propriedades, incorporados na produção das argamassas. Descrição do agregado com auxílio da microscopia óptica, podendo se associar à análise granulométrica: fornece a caracterização do agregado, quanto à cor, forma, natureza e granulometria. O acesso às informações históricas da edificação pelo laboratório é fundamental para a caracterização das argamassas, pois serve de balizamento para a interpretação dos resultados. A interpretação conjunta dos resultados dessas análises permite, em geral, corroborar a precisão dos dados de reconstituição do traço da argamassa original, bem como inferir indicações sobre técnicas construtivas, época da construção, a fonte do agregado e informações sobre possíveis intervenções que possam ter ocorrido ao longo do tempo, auxiliando na arqueometria da construção. Em casos específicos, a metodologia aplicada no IPT permite identificar o sítio geológico que forneceu o agregado da argamassa original. No entanto, cabe ressaltar que embora a caracterização da argamassa original seja importante, é apenas um dos aspectos a ser considerado no restauro de edifícios de valor histórico, em que há necessidade de reposição parcial do revestimento de argamassa das fachadas. |
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