A presença das línguas africanas nas variedades da língua portuguesa no Brasil, Angola e Moçambique: caminhos para sua legitimação e incorporação no espaço escolar
- Autores
- Perina de Souza, Sheila; Mugabo Abdula, Rajabo Alfredo
- Año de publicación
- 2020
- Idioma
- portugués
- Tipo de recurso
- artículo
- Estado
- versión publicada
- Descripción
- Nos últimos anos, temos estudado o ensino de línguas em Angola e Moçambique e identificamos a existência de uma certa hostilidade relativa à incorporação e à visibilidade das línguas africanas nas escolas nas quais a língua portuguesa é a oficial. Assim como esses dois países, o Brasil também sofreu processos de colonização linguística (Mariani, 2004), que resultaram, entre outras ações, na estigmatização das línguas africanas. Todavia, apesar de toda a tentativa de homogeneização e da situação de marginalização sofrida no período colonial, ainda se verifica a existência de variedades do português que são influenciadas pelas línguas africanas como: o português angolano, o português moçambicano; e, no Brasil, segundo Lucchesi (2009), a presença das línguas africanas são mais evidentes na variedade popular do português brasileiro. Nesses países citados, as variedades do português influenciadas pelas línguas africanas vivem em nítida concorrência com o português da norma padrão. Tendo em vista esse contexto, este artigo tem como objetivo refletir sobre a incorporação do português, influenciado pelas línguas africanas, nas escolas desses três países. Buscamos discutir os desafios para incorporação dessas variedades, tendo como hipótese que as imagens das línguas africanas, produzidas no período colonial, ainda funcionam como entraves para uma real incorporação. Como base teórica, dialogamos com os trabalhos de Fanon (2008) sobre as atitudes linguísticas coloniais; e, com Barzotto (2004), em especial com a noção de incorporação em sala de aula das variedades linguísticas trazidas pelos alunos. A ideia geral, portanto, é mostrar que incorporação das variedades do português, influenciadas pelas línguas africanas, auxilia a inserção da(s) cultura(s) africana(s) na escola, rompendo com a tradição eurocêntrica escolhida, preferencialmente, para construir o currículo escolar.
Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación - Fuente
- Revistas de la FAHCE
- Materia
-
Letras
Lengua africana
Portugués
Escuela - Nivel de accesibilidad
- acceso abierto
- Condiciones de uso
- http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/
- Repositorio
- Institución
- Universidad Nacional de La Plata
- OAI Identificador
- oai:sedici.unlp.edu.ar:10915/117210
Ver los metadatos del registro completo
id |
SEDICI_6978a9cfd237d3783703b8100bf2a896 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:sedici.unlp.edu.ar:10915/117210 |
network_acronym_str |
SEDICI |
repository_id_str |
1329 |
network_name_str |
SEDICI (UNLP) |
spelling |
A presença das línguas africanas nas variedades da língua portuguesa no Brasil, Angola e Moçambique: caminhos para sua legitimação e incorporação no espaço escolarPerina de Souza, SheilaMugabo Abdula, Rajabo AlfredoLetrasLengua africanaPortuguésEscuelaNos últimos anos, temos estudado o ensino de línguas em Angola e Moçambique e identificamos a existência de uma certa hostilidade relativa à incorporação e à visibilidade das línguas africanas nas escolas nas quais a língua portuguesa é a oficial. Assim como esses dois países, o Brasil também sofreu processos de colonização linguística (Mariani, 2004), que resultaram, entre outras ações, na estigmatização das línguas africanas. Todavia, apesar de toda a tentativa de homogeneização e da situação de marginalização sofrida no período colonial, ainda se verifica a existência de variedades do português que são influenciadas pelas línguas africanas como: o português angolano, o português moçambicano; e, no Brasil, segundo Lucchesi (2009), a presença das línguas africanas são mais evidentes na variedade popular do português brasileiro. Nesses países citados, as variedades do português influenciadas pelas línguas africanas vivem em nítida concorrência com o português da norma padrão. Tendo em vista esse contexto, este artigo tem como objetivo refletir sobre a incorporação do português, influenciado pelas línguas africanas, nas escolas desses três países. Buscamos discutir os desafios para incorporação dessas variedades, tendo como hipótese que as imagens das línguas africanas, produzidas no período colonial, ainda funcionam como entraves para uma real incorporação. Como base teórica, dialogamos com os trabalhos de Fanon (2008) sobre as atitudes linguísticas coloniais; e, com Barzotto (2004), em especial com a noção de incorporação em sala de aula das variedades linguísticas trazidas pelos alunos. A ideia geral, portanto, é mostrar que incorporação das variedades do português, influenciadas pelas línguas africanas, auxilia a inserção da(s) cultura(s) africana(s) na escola, rompendo com a tradição eurocêntrica escolhida, preferencialmente, para construir o currículo escolar.Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación2020-07info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionArticulohttp://purl.org/coar/resource_type/c_6501info:ar-repo/semantics/articuloapplication/pdf453-467http://sedici.unlp.edu.ar/handle/10915/117210<a href="http://revistas.fahce.unlp.edu.ar" target="_blank">Revistas de la FAHCE</a>reponame:SEDICI (UNLP)instname:Universidad Nacional de La Platainstacron:UNLPinfo:eu-repo/semantics/altIdentifier/url/http://www.eltoldodeastier.fahce.unlp.edu.ar/numeros/numero20/pdf/Perina-Mugabo.pdfinfo:eu-repo/semantics/altIdentifier/issn/1853-3124info:eu-repo/semantics/openAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 Unported (CC BY-NC-SA 3.0)por2025-09-29T11:27:34Zoai:sedici.unlp.edu.ar:10915/117210Institucionalhttp://sedici.unlp.edu.ar/Universidad públicaNo correspondehttp://sedici.unlp.edu.ar/oai/snrdalira@sedici.unlp.edu.arArgentinaNo correspondeNo correspondeNo correspondeopendoar:13292025-09-29 11:27:35.018SEDICI (UNLP) - Universidad Nacional de La Platafalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
A presença das línguas africanas nas variedades da língua portuguesa no Brasil, Angola e Moçambique: caminhos para sua legitimação e incorporação no espaço escolar |
title |
A presença das línguas africanas nas variedades da língua portuguesa no Brasil, Angola e Moçambique: caminhos para sua legitimação e incorporação no espaço escolar |
spellingShingle |
A presença das línguas africanas nas variedades da língua portuguesa no Brasil, Angola e Moçambique: caminhos para sua legitimação e incorporação no espaço escolar Perina de Souza, Sheila Letras Lengua africana Portugués Escuela |
title_short |
A presença das línguas africanas nas variedades da língua portuguesa no Brasil, Angola e Moçambique: caminhos para sua legitimação e incorporação no espaço escolar |
title_full |
A presença das línguas africanas nas variedades da língua portuguesa no Brasil, Angola e Moçambique: caminhos para sua legitimação e incorporação no espaço escolar |
title_fullStr |
A presença das línguas africanas nas variedades da língua portuguesa no Brasil, Angola e Moçambique: caminhos para sua legitimação e incorporação no espaço escolar |
title_full_unstemmed |
A presença das línguas africanas nas variedades da língua portuguesa no Brasil, Angola e Moçambique: caminhos para sua legitimação e incorporação no espaço escolar |
title_sort |
A presença das línguas africanas nas variedades da língua portuguesa no Brasil, Angola e Moçambique: caminhos para sua legitimação e incorporação no espaço escolar |
dc.creator.none.fl_str_mv |
Perina de Souza, Sheila Mugabo Abdula, Rajabo Alfredo |
author |
Perina de Souza, Sheila |
author_facet |
Perina de Souza, Sheila Mugabo Abdula, Rajabo Alfredo |
author_role |
author |
author2 |
Mugabo Abdula, Rajabo Alfredo |
author2_role |
author |
dc.subject.none.fl_str_mv |
Letras Lengua africana Portugués Escuela |
topic |
Letras Lengua africana Portugués Escuela |
dc.description.none.fl_txt_mv |
Nos últimos anos, temos estudado o ensino de línguas em Angola e Moçambique e identificamos a existência de uma certa hostilidade relativa à incorporação e à visibilidade das línguas africanas nas escolas nas quais a língua portuguesa é a oficial. Assim como esses dois países, o Brasil também sofreu processos de colonização linguística (Mariani, 2004), que resultaram, entre outras ações, na estigmatização das línguas africanas. Todavia, apesar de toda a tentativa de homogeneização e da situação de marginalização sofrida no período colonial, ainda se verifica a existência de variedades do português que são influenciadas pelas línguas africanas como: o português angolano, o português moçambicano; e, no Brasil, segundo Lucchesi (2009), a presença das línguas africanas são mais evidentes na variedade popular do português brasileiro. Nesses países citados, as variedades do português influenciadas pelas línguas africanas vivem em nítida concorrência com o português da norma padrão. Tendo em vista esse contexto, este artigo tem como objetivo refletir sobre a incorporação do português, influenciado pelas línguas africanas, nas escolas desses três países. Buscamos discutir os desafios para incorporação dessas variedades, tendo como hipótese que as imagens das línguas africanas, produzidas no período colonial, ainda funcionam como entraves para uma real incorporação. Como base teórica, dialogamos com os trabalhos de Fanon (2008) sobre as atitudes linguísticas coloniais; e, com Barzotto (2004), em especial com a noção de incorporação em sala de aula das variedades linguísticas trazidas pelos alunos. A ideia geral, portanto, é mostrar que incorporação das variedades do português, influenciadas pelas línguas africanas, auxilia a inserção da(s) cultura(s) africana(s) na escola, rompendo com a tradição eurocêntrica escolhida, preferencialmente, para construir o currículo escolar. Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación |
description |
Nos últimos anos, temos estudado o ensino de línguas em Angola e Moçambique e identificamos a existência de uma certa hostilidade relativa à incorporação e à visibilidade das línguas africanas nas escolas nas quais a língua portuguesa é a oficial. Assim como esses dois países, o Brasil também sofreu processos de colonização linguística (Mariani, 2004), que resultaram, entre outras ações, na estigmatização das línguas africanas. Todavia, apesar de toda a tentativa de homogeneização e da situação de marginalização sofrida no período colonial, ainda se verifica a existência de variedades do português que são influenciadas pelas línguas africanas como: o português angolano, o português moçambicano; e, no Brasil, segundo Lucchesi (2009), a presença das línguas africanas são mais evidentes na variedade popular do português brasileiro. Nesses países citados, as variedades do português influenciadas pelas línguas africanas vivem em nítida concorrência com o português da norma padrão. Tendo em vista esse contexto, este artigo tem como objetivo refletir sobre a incorporação do português, influenciado pelas línguas africanas, nas escolas desses três países. Buscamos discutir os desafios para incorporação dessas variedades, tendo como hipótese que as imagens das línguas africanas, produzidas no período colonial, ainda funcionam como entraves para uma real incorporação. Como base teórica, dialogamos com os trabalhos de Fanon (2008) sobre as atitudes linguísticas coloniais; e, com Barzotto (2004), em especial com a noção de incorporação em sala de aula das variedades linguísticas trazidas pelos alunos. A ideia geral, portanto, é mostrar que incorporação das variedades do português, influenciadas pelas línguas africanas, auxilia a inserção da(s) cultura(s) africana(s) na escola, rompendo com a tradição eurocêntrica escolhida, preferencialmente, para construir o currículo escolar. |
publishDate |
2020 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2020-07 |
dc.type.none.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion Articulo http://purl.org/coar/resource_type/c_6501 info:ar-repo/semantics/articulo |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.none.fl_str_mv |
http://sedici.unlp.edu.ar/handle/10915/117210 |
url |
http://sedici.unlp.edu.ar/handle/10915/117210 |
dc.language.none.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/altIdentifier/url/http://www.eltoldodeastier.fahce.unlp.edu.ar/numeros/numero20/pdf/Perina-Mugabo.pdf info:eu-repo/semantics/altIdentifier/issn/1853-3124 |
dc.rights.none.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/ Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 Unported (CC BY-NC-SA 3.0) |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
rights_invalid_str_mv |
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/ Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 Unported (CC BY-NC-SA 3.0) |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf 453-467 |
dc.source.none.fl_str_mv |
<a href="http://revistas.fahce.unlp.edu.ar" target="_blank">Revistas de la FAHCE</a> reponame:SEDICI (UNLP) instname:Universidad Nacional de La Plata instacron:UNLP |
reponame_str |
SEDICI (UNLP) |
collection |
SEDICI (UNLP) |
instname_str |
Universidad Nacional de La Plata |
instacron_str |
UNLP |
institution |
UNLP |
repository.name.fl_str_mv |
SEDICI (UNLP) - Universidad Nacional de La Plata |
repository.mail.fl_str_mv |
alira@sedici.unlp.edu.ar |
_version_ |
1844616153566019584 |
score |
13.070432 |