Colecções osteológicas humanas: da alvorada dos estudos às tendências actuais
- Autores
- Santos, Ana Luísa
- Año de publicación
- 2009
- Idioma
- portugués
- Tipo de recurso
- documento de conferencia
- Estado
- versión publicada
- Descripción
- Desde tempos remotos há curiosidade por esqueletos humanos. Gradualmente esse interesse tornou-se mais científico, particularmente no campo médico. No entanto, aspectos culturais/religiosos dos povos impediram, e impedem, o progresso da Antropología Biológica. A recolha e o estudo de restos ósseos de uma forma sistemática iniciaram-se no século XVIII, com a atenção dos académicos pela "História Natural do Homem". Em 1859 é fundada a Société d'Anthropologie de Paris que influenciou o desenvolvimento da Antropologia Física por todo o mundo. As séries osteológicas começaram a ser construídas, integrando indivíduos de cronologias variadas e de proveniência geográfica diversa, exumados de igrejas, grutas e de outras contextos funerárias. Surgem também as colecções identificadas tendo como pioneiro o escocês William Turner (1823-1916). Durante as décadas seguintes realizaram-se análises morfométricas e de anatomía comparada, em materiais pré-históricos e históricos. As pesquisas centraram-se na classificação da diversidade humana que incluía as formas fósseis, tendo-se igualmente expandido os estudos paleopatológicos. Ao longo do século XX verificaram-se mudanças nos métodos e nas linhas de investigação. Proliferam tentativas de conferir fiabilidade à estimativa da idade à morte, à diagnose sexual e ao cálculo da estatura a partir de esqueletos ou de ossos isolados ou fragmentados. Curiosamente, no início do século XXI temos assistido ao retomar deste tipo de estudos, bem como à procura de sinais que indiquem a ancestralidade dos indivíduos, agora sob o prisma da investigação forense. Em particular, nos últimos 20 anos muitos museus e universidades têm recebido pedidos de repatriamento e/ou de re-enterramento do seu espólio osteológico. Se é facto que alguns materiais ósseos foram obtidos de forma eticamente questionável ou reprovável é também realidade que o impedimento do seu estudo empobrece o conhecimento da humanidade. Actualmente, tanto nos estudos paleodemográficos como paleopatológicos há a tendência para se realizarem exames populacionais e para se recorrer aos progressos técnicos - por exemplo, a aplicação da microscopia na paleohistologia, das técnicas biomoleculares na paleomicrobiologia e de análises químicas nas paleodietas, com o intuito de se afinar critérios de diagnóstico. A interpretação dos resultados à luz do contexto cultural dos indivíduos tornou-se também essencial na recente abordagem às populações do passado. Hoje, e no futuro, a conjugação destas novas exigências na investigação só se tornará viável pela constituição de equipas pluridisciplinares e multinacionais de modo a permitir a troca de experiências e saberes, contribuindo para um conhecimento mais holístico dos nossos antepassados.Desde tempos remotos há curiosidade por esqueletos humanos. Gradualmente esse interesse tornou-se mais científico, particularmente no campo médico. No entanto, aspectos culturais/religiosos dos povos impediram, e impedem, o progresso da Antropología Biológica. A recolha e o estudo de restos ósseos de uma forma sistemática iniciaram-se no século XVIII, com a atenção dos académicos pela "História Natural do Homem". Em 1859 é fundada a Société d'Anthropologie de Paris que influenciou o desenvolvimento da Antropologia Física por todo o mundo. As séries osteológicas começaram a ser construídas, integrando indivíduos de cronologias variadas e de proveniência geográfica diversa, exumados de igrejas, grutas e de outras contextos funerárias. Surgem também as colecções identificadas tendo como pioneiro o escocês William Turner (1823-1916). Durante as décadas seguintes realizaram-se análises morfométricas e de anatomía comparada, em materiais pré-históricos e históricos. As pesquisas centraram-se na classificação da diversidade humana que incluía as formas fósseis, tendo-se igualmente expandido os estudos paleopatológicos. Ao longo do século XX verificaram-se mudanças nos métodos e nas linhas de investigação. Proliferam tentativas de conferir fiabilidade à estimativa da idade à morte, à diagnose sexual e ao cálculo da estatura a partir de esqueletos ou de ossos isolados ou fragmentados. Curiosamente, no início do século XXI temos assistido ao retomar deste tipo de estudos, bem como à procura de sinais que indiquem a ancestralidade dos indivíduos, agora sob o prisma da investigação forense. Em particular, nos últimos 20 anos muitos museus e universidades têm recebido pedidos de repatriamento e/ou de re-enterramento do seu espólio osteológico. Se é facto que alguns materiais ósseos foram obtidos de forma eticamente questionável ou reprovável é também realidade que o impedimento do seu estudo empobrece o conhecimento da humanidade. Actualmente, tanto nos estudos paleodemográficos como paleopatológicos há a tendência para se realizarem exames populacionais e para se recorrer aos progressos técnicos - por exemplo, a aplicação da microscopia na paleohistologia, das técnicas biomoleculares na paleomicrobiologia e de análises químicas nas paleodietas, com o intuito de se afinar critérios de diagnóstico. A interpretação dos resultados à luz do contexto cultural dos indivíduos tornou-se também essencial na recente abordagem às populações do passado. Hoje, e no futuro, a conjugação destas novas exigências na investigação só se tornará viável pela constituição de equipas pluridisciplinares e multinacionais de modo a permitir a troca de experiências e saberes, contribuindo para um conhecimento mais holístico dos nossos antepassados.
Asociación de Antropología Biológica de la República Argentina - Materia
-
Antropología
Técnicas de Investigación
Historia - Nivel de accesibilidad
- acceso abierto
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Durante as décadas seguintes realizaram-se análises morfométricas e de anatomía comparada, em materiais pré-históricos e históricos. As pesquisas centraram-se na classificação da diversidade humana que incluía as formas fósseis, tendo-se igualmente expandido os estudos paleopatológicos. Ao longo do século XX verificaram-se mudanças nos métodos e nas linhas de investigação. Proliferam tentativas de conferir fiabilidade à estimativa da idade à morte, à diagnose sexual e ao cálculo da estatura a partir de esqueletos ou de ossos isolados ou fragmentados. Curiosamente, no início do século XXI temos assistido ao retomar deste tipo de estudos, bem como à procura de sinais que indiquem a ancestralidade dos indivíduos, agora sob o prisma da investigação forense. Em particular, nos últimos 20 anos muitos museus e universidades têm recebido pedidos de repatriamento e/ou de re-enterramento do seu espólio osteológico. Se é facto que alguns materiais ósseos foram obtidos de forma eticamente questionável ou reprovável é também realidade que o impedimento do seu estudo empobrece o conhecimento da humanidade. Actualmente, tanto nos estudos paleodemográficos como paleopatológicos há a tendência para se realizarem exames populacionais e para se recorrer aos progressos técnicos - por exemplo, a aplicação da microscopia na paleohistologia, das técnicas biomoleculares na paleomicrobiologia e de análises químicas nas paleodietas, com o intuito de se afinar critérios de diagnóstico. A interpretação dos resultados à luz do contexto cultural dos indivíduos tornou-se também essencial na recente abordagem às populações do passado. Hoje, e no futuro, a conjugação destas novas exigências na investigação só se tornará viável pela constituição de equipas pluridisciplinares e multinacionais de modo a permitir a troca de experiências e saberes, contribuindo para um conhecimento mais holístico dos nossos antepassados.Desde tempos remotos há curiosidade por esqueletos humanos. Gradualmente esse interesse tornou-se mais científico, particularmente no campo médico. No entanto, aspectos culturais/religiosos dos povos impediram, e impedem, o progresso da Antropología Biológica. A recolha e o estudo de restos ósseos de uma forma sistemática iniciaram-se no século XVIII, com a atenção dos académicos pela "História Natural do Homem". Em 1859 é fundada a Société d'Anthropologie de Paris que influenciou o desenvolvimento da Antropologia Física por todo o mundo. As séries osteológicas começaram a ser construídas, integrando indivíduos de cronologias variadas e de proveniência geográfica diversa, exumados de igrejas, grutas e de outras contextos funerárias. Surgem também as colecções identificadas tendo como pioneiro o escocês William Turner (1823-1916). Durante as décadas seguintes realizaram-se análises morfométricas e de anatomía comparada, em materiais pré-históricos e históricos. As pesquisas centraram-se na classificação da diversidade humana que incluía as formas fósseis, tendo-se igualmente expandido os estudos paleopatológicos. Ao longo do século XX verificaram-se mudanças nos métodos e nas linhas de investigação. Proliferam tentativas de conferir fiabilidade à estimativa da idade à morte, à diagnose sexual e ao cálculo da estatura a partir de esqueletos ou de ossos isolados ou fragmentados. Curiosamente, no início do século XXI temos assistido ao retomar deste tipo de estudos, bem como à procura de sinais que indiquem a ancestralidade dos indivíduos, agora sob o prisma da investigação forense. Em particular, nos últimos 20 anos muitos museus e universidades têm recebido pedidos de repatriamento e/ou de re-enterramento do seu espólio osteológico. Se é facto que alguns materiais ósseos foram obtidos de forma eticamente questionável ou reprovável é também realidade que o impedimento do seu estudo empobrece o conhecimento da humanidade. Actualmente, tanto nos estudos paleodemográficos como paleopatológicos há a tendência para se realizarem exames populacionais e para se recorrer aos progressos técnicos - por exemplo, a aplicação da microscopia na paleohistologia, das técnicas biomoleculares na paleomicrobiologia e de análises químicas nas paleodietas, com o intuito de se afinar critérios de diagnóstico. 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Hoje, e no futuro, a conjugação destas novas exigências na investigação só se tornará viável pela constituição de equipas pluridisciplinares e multinacionais de modo a permitir a troca de experiências e saberes, contribuindo para um conhecimento mais holístico dos nossos antepassados.Asociación de Antropología Biológica de la República Argentina2009info:eu-repo/semantics/conferenceObjectinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionResumenhttp://purl.org/coar/resource_type/c_5794info:ar-repo/semantics/documentoDeConferenciaapplication/pdf12-13http://sedici.unlp.edu.ar/handle/10915/15952info:eu-repo/semantics/openAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International (CC BY-NC-SA 4.0)porreponame:SEDICI (UNLP)instname:Universidad Nacional de La Platainstacron:UNLP2025-10-22T16:34:16Zoai:sedici.unlp.edu.ar:10915/15952Institucionalhttp://sedici.unlp.edu.ar/Universidad públicaNo correspondehttp://sedici.unlp.edu.ar/oai/snrdalira@sedici.unlp.edu.arArgentinaNo correspondeNo correspondeNo correspondeopendoar:13292025-10-22 16:34:16.481SEDICI (UNLP) - Universidad Nacional de La Platafalse |
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As pesquisas centraram-se na classificação da diversidade humana que incluía as formas fósseis, tendo-se igualmente expandido os estudos paleopatológicos. Ao longo do século XX verificaram-se mudanças nos métodos e nas linhas de investigação. Proliferam tentativas de conferir fiabilidade à estimativa da idade à morte, à diagnose sexual e ao cálculo da estatura a partir de esqueletos ou de ossos isolados ou fragmentados. Curiosamente, no início do século XXI temos assistido ao retomar deste tipo de estudos, bem como à procura de sinais que indiquem a ancestralidade dos indivíduos, agora sob o prisma da investigação forense. Em particular, nos últimos 20 anos muitos museus e universidades têm recebido pedidos de repatriamento e/ou de re-enterramento do seu espólio osteológico. Se é facto que alguns materiais ósseos foram obtidos de forma eticamente questionável ou reprovável é também realidade que o impedimento do seu estudo empobrece o conhecimento da humanidade. Actualmente, tanto nos estudos paleodemográficos como paleopatológicos há a tendência para se realizarem exames populacionais e para se recorrer aos progressos técnicos - por exemplo, a aplicação da microscopia na paleohistologia, das técnicas biomoleculares na paleomicrobiologia e de análises químicas nas paleodietas, com o intuito de se afinar critérios de diagnóstico. A interpretação dos resultados à luz do contexto cultural dos indivíduos tornou-se também essencial na recente abordagem às populações do passado. Hoje, e no futuro, a conjugação destas novas exigências na investigação só se tornará viável pela constituição de equipas pluridisciplinares e multinacionais de modo a permitir a troca de experiências e saberes, contribuindo para um conhecimento mais holístico dos nossos antepassados.Desde tempos remotos há curiosidade por esqueletos humanos. Gradualmente esse interesse tornou-se mais científico, particularmente no campo médico. No entanto, aspectos culturais/religiosos dos povos impediram, e impedem, o progresso da Antropología Biológica. A recolha e o estudo de restos ósseos de uma forma sistemática iniciaram-se no século XVIII, com a atenção dos académicos pela "História Natural do Homem". Em 1859 é fundada a Société d'Anthropologie de Paris que influenciou o desenvolvimento da Antropologia Física por todo o mundo. As séries osteológicas começaram a ser construídas, integrando indivíduos de cronologias variadas e de proveniência geográfica diversa, exumados de igrejas, grutas e de outras contextos funerárias. Surgem também as colecções identificadas tendo como pioneiro o escocês William Turner (1823-1916). Durante as décadas seguintes realizaram-se análises morfométricas e de anatomía comparada, em materiais pré-históricos e históricos. As pesquisas centraram-se na classificação da diversidade humana que incluía as formas fósseis, tendo-se igualmente expandido os estudos paleopatológicos. Ao longo do século XX verificaram-se mudanças nos métodos e nas linhas de investigação. Proliferam tentativas de conferir fiabilidade à estimativa da idade à morte, à diagnose sexual e ao cálculo da estatura a partir de esqueletos ou de ossos isolados ou fragmentados. Curiosamente, no início do século XXI temos assistido ao retomar deste tipo de estudos, bem como à procura de sinais que indiquem a ancestralidade dos indivíduos, agora sob o prisma da investigação forense. Em particular, nos últimos 20 anos muitos museus e universidades têm recebido pedidos de repatriamento e/ou de re-enterramento do seu espólio osteológico. Se é facto que alguns materiais ósseos foram obtidos de forma eticamente questionável ou reprovável é também realidade que o impedimento do seu estudo empobrece o conhecimento da humanidade. Actualmente, tanto nos estudos paleodemográficos como paleopatológicos há a tendência para se realizarem exames populacionais e para se recorrer aos progressos técnicos - por exemplo, a aplicação da microscopia na paleohistologia, das técnicas biomoleculares na paleomicrobiologia e de análises químicas nas paleodietas, com o intuito de se afinar critérios de diagnóstico. A interpretação dos resultados à luz do contexto cultural dos indivíduos tornou-se também essencial na recente abordagem às populações do passado. Hoje, e no futuro, a conjugação destas novas exigências na investigação só se tornará viável pela constituição de equipas pluridisciplinares e multinacionais de modo a permitir a troca de experiências e saberes, contribuindo para um conhecimento mais holístico dos nossos antepassados. Asociación de Antropología Biológica de la República Argentina |
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Desde tempos remotos há curiosidade por esqueletos humanos. Gradualmente esse interesse tornou-se mais científico, particularmente no campo médico. No entanto, aspectos culturais/religiosos dos povos impediram, e impedem, o progresso da Antropología Biológica. A recolha e o estudo de restos ósseos de uma forma sistemática iniciaram-se no século XVIII, com a atenção dos académicos pela "História Natural do Homem". Em 1859 é fundada a Société d'Anthropologie de Paris que influenciou o desenvolvimento da Antropologia Física por todo o mundo. As séries osteológicas começaram a ser construídas, integrando indivíduos de cronologias variadas e de proveniência geográfica diversa, exumados de igrejas, grutas e de outras contextos funerárias. Surgem também as colecções identificadas tendo como pioneiro o escocês William Turner (1823-1916). Durante as décadas seguintes realizaram-se análises morfométricas e de anatomía comparada, em materiais pré-históricos e históricos. As pesquisas centraram-se na classificação da diversidade humana que incluía as formas fósseis, tendo-se igualmente expandido os estudos paleopatológicos. Ao longo do século XX verificaram-se mudanças nos métodos e nas linhas de investigação. Proliferam tentativas de conferir fiabilidade à estimativa da idade à morte, à diagnose sexual e ao cálculo da estatura a partir de esqueletos ou de ossos isolados ou fragmentados. Curiosamente, no início do século XXI temos assistido ao retomar deste tipo de estudos, bem como à procura de sinais que indiquem a ancestralidade dos indivíduos, agora sob o prisma da investigação forense. Em particular, nos últimos 20 anos muitos museus e universidades têm recebido pedidos de repatriamento e/ou de re-enterramento do seu espólio osteológico. Se é facto que alguns materiais ósseos foram obtidos de forma eticamente questionável ou reprovável é também realidade que o impedimento do seu estudo empobrece o conhecimento da humanidade. Actualmente, tanto nos estudos paleodemográficos como paleopatológicos há a tendência para se realizarem exames populacionais e para se recorrer aos progressos técnicos - por exemplo, a aplicação da microscopia na paleohistologia, das técnicas biomoleculares na paleomicrobiologia e de análises químicas nas paleodietas, com o intuito de se afinar critérios de diagnóstico. A interpretação dos resultados à luz do contexto cultural dos indivíduos tornou-se também essencial na recente abordagem às populações do passado. Hoje, e no futuro, a conjugação destas novas exigências na investigação só se tornará viável pela constituição de equipas pluridisciplinares e multinacionais de modo a permitir a troca de experiências e saberes, contribuindo para um conhecimento mais holístico dos nossos antepassados.Desde tempos remotos há curiosidade por esqueletos humanos. Gradualmente esse interesse tornou-se mais científico, particularmente no campo médico. No entanto, aspectos culturais/religiosos dos povos impediram, e impedem, o progresso da Antropología Biológica. A recolha e o estudo de restos ósseos de uma forma sistemática iniciaram-se no século XVIII, com a atenção dos académicos pela "História Natural do Homem". Em 1859 é fundada a Société d'Anthropologie de Paris que influenciou o desenvolvimento da Antropologia Física por todo o mundo. As séries osteológicas começaram a ser construídas, integrando indivíduos de cronologias variadas e de proveniência geográfica diversa, exumados de igrejas, grutas e de outras contextos funerárias. Surgem também as colecções identificadas tendo como pioneiro o escocês William Turner (1823-1916). Durante as décadas seguintes realizaram-se análises morfométricas e de anatomía comparada, em materiais pré-históricos e históricos. As pesquisas centraram-se na classificação da diversidade humana que incluía as formas fósseis, tendo-se igualmente expandido os estudos paleopatológicos. Ao longo do século XX verificaram-se mudanças nos métodos e nas linhas de investigação. Proliferam tentativas de conferir fiabilidade à estimativa da idade à morte, à diagnose sexual e ao cálculo da estatura a partir de esqueletos ou de ossos isolados ou fragmentados. Curiosamente, no início do século XXI temos assistido ao retomar deste tipo de estudos, bem como à procura de sinais que indiquem a ancestralidade dos indivíduos, agora sob o prisma da investigação forense. Em particular, nos últimos 20 anos muitos museus e universidades têm recebido pedidos de repatriamento e/ou de re-enterramento do seu espólio osteológico. Se é facto que alguns materiais ósseos foram obtidos de forma eticamente questionável ou reprovável é também realidade que o impedimento do seu estudo empobrece o conhecimento da humanidade. 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