O poder da interjeição na performance trágica
- Autores
- Menezes Neto, Nelson de Aguiar
- Año de publicación
- 2025
- Idioma
- portugués
- Tipo de recurso
- artículo
- Estado
- versión publicada
- Descripción
- In Frogs 1028, Dionysus states that he rejoyced when Aeschylus in the Persians lamented for the death of Darius, and the chorus straightway clapped their hands and said, "Ee-ow!" (εΐπεν 'ίανοϊ'). In doing so, Aristophanes highlights the interjection as a particular component of theatrical conventions. Embedded in a tradition where lógos corresponds to word in action, the use of this lexical structure in Greek tragedy thus appears as a fundamental element for the functioning of this poetic genre. It is a refined strategy of enunciation that serves the tragic purposes of producing emotional effects through oralized speech. Without a denotative or descriptive function, but with a rich variation of possible meanings, it is pure mimetic performance, marked by the spontaneous expression of ineffable feelings. In this paper, we propose a discussion of the mimetic character of the interjection in tragedy-its phonetic ability to imitate reality-by examining its use in Aeschylus's Persians, a work considered "a great lament." The goal is to understand the fundamentally sounding nature of the tragic discourse arrangement and highlight a unique Greek practice of using language and producing speech.
No verso 1028 das Rãs, Dioniso diz que gostou quando, nos Persas, o coro bate palmas e emite exclamações de tristeza (εΐπεν 'ίανοϊ') diante do corpo morto de Dario. Com isso, Aristófanes coloca em evidência a interjeição como um componente particular das convenções do teatro. Inscrita numa tradição em que o lógos corresponde à palavra em ação, o emprego dessa estrutura lexical na tragédia grega apresenta-se, portanto, como elemento fundamental para o funcionamento deste gênero poético. Trata-se de uma estratégia refinada de enunciação que atende às finalidades trágicas de produção de efeitos emocionais mediante a palavra oralizada. Sem função denotativa ou descritiva, mas com rica variação de possibilidades de sentido, ela é pura performance mimética, marcada pela expressão espontânea de sentimentos quase inefáveis. Nesta comunicação propomos uma discussão do caráter mimético da interjeição na tragédia -de sua capacidade fônica de imitar a realidade-, recorrendo, para isso, a um levantamento do uso da estrutura nos Persas de Ésquilo, obra considerada "um grande lamento". O objetivo é compreender a natureza fundamentalmente sonora do arranjo discursivo da tragédia, evidenciando, assim, uma prática grega singular de uso da linguagem e de produção do discurso.
Fil: Menezes Neto, Nelson de Aguiar. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil. - Fuente
- Synthesis, 32(2), e163. (2025)
ISSN 1851-779X - Materia
-
Literatura
Persians
Aeschylus
Lament
Interjection
Os Persas
Ésquilo
Lamento
Interjeição - Nivel de accesibilidad
- acceso abierto
- Condiciones de uso
- https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/
- Repositorio
- Institución
- Universidad Nacional de La Plata. Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación
- OAI Identificador
- oai:memoria.fahce.unlp.edu.ar:snrd:Jpr19372
Ver los metadatos del registro completo
id |
MemAca_d680e53b0a0a3d0f336032bb818452c0 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:memoria.fahce.unlp.edu.ar:snrd:Jpr19372 |
network_acronym_str |
MemAca |
repository_id_str |
1341 |
network_name_str |
Memoria Académica (UNLP-FAHCE) |
spelling |
O poder da interjeição na performance trágicaThe power of interjection in tragic performanceMenezes Neto, Nelson de AguiarLiteraturaPersiansAeschylusLamentInterjectionOs PersasÉsquiloLamentoInterjeiçãoIn Frogs 1028, Dionysus states that he rejoyced when Aeschylus in the Persians lamented for the death of Darius, and the chorus straightway clapped their hands and said, "Ee-ow!" (εΐπεν 'ίανοϊ'). In doing so, Aristophanes highlights the interjection as a particular component of theatrical conventions. Embedded in a tradition where lógos corresponds to word in action, the use of this lexical structure in Greek tragedy thus appears as a fundamental element for the functioning of this poetic genre. It is a refined strategy of enunciation that serves the tragic purposes of producing emotional effects through oralized speech. Without a denotative or descriptive function, but with a rich variation of possible meanings, it is pure mimetic performance, marked by the spontaneous expression of ineffable feelings. In this paper, we propose a discussion of the mimetic character of the interjection in tragedy-its phonetic ability to imitate reality-by examining its use in Aeschylus's Persians, a work considered "a great lament." The goal is to understand the fundamentally sounding nature of the tragic discourse arrangement and highlight a unique Greek practice of using language and producing speech.No verso 1028 das Rãs, Dioniso diz que gostou quando, nos Persas, o coro bate palmas e emite exclamações de tristeza (εΐπεν 'ίανοϊ') diante do corpo morto de Dario. Com isso, Aristófanes coloca em evidência a interjeição como um componente particular das convenções do teatro. Inscrita numa tradição em que o lógos corresponde à palavra em ação, o emprego dessa estrutura lexical na tragédia grega apresenta-se, portanto, como elemento fundamental para o funcionamento deste gênero poético. Trata-se de uma estratégia refinada de enunciação que atende às finalidades trágicas de produção de efeitos emocionais mediante a palavra oralizada. Sem função denotativa ou descritiva, mas com rica variação de possibilidades de sentido, ela é pura performance mimética, marcada pela expressão espontânea de sentimentos quase inefáveis. Nesta comunicação propomos uma discussão do caráter mimético da interjeição na tragédia -de sua capacidade fônica de imitar a realidade-, recorrendo, para isso, a um levantamento do uso da estrutura nos Persas de Ésquilo, obra considerada "um grande lamento". O objetivo é compreender a natureza fundamentalmente sonora do arranjo discursivo da tragédia, evidenciando, assim, uma prática grega singular de uso da linguagem e de produção do discurso.Fil: Menezes Neto, Nelson de Aguiar. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil.2025info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionhttp://purl.org/coar/resource_type/c_6501info:ar-repo/semantics/articuloapplication/pdfhttps://www.memoria.fahce.unlp.edu.ar/art_revistas/pr.19372/pr.19372.pdfSynthesis, 32(2), e163. (2025)ISSN 1851-779Xreponame:Memoria Académica (UNLP-FAHCE)instname:Universidad Nacional de La Plata. Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educacióninstacron:UNLPinfo:eu-repo/semantics/altIdentifier/doi/10.24215/1851779Xe163info:eu-repo/semantics/openAccesshttps://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/por2025-10-16T09:33:08Zoai:memoria.fahce.unlp.edu.ar:snrd:Jpr19372Institucionalhttps://www.memoria.fahce.unlp.edu.ar/Universidad públicahttps://www.fahce.unlp.edu.ar/https://www.memoria.fahce.unlp.edu.ar/oaiserver.cgimemoria@fahce.unlp.edu.arArgentinaNo correspondeNo correspondeNo correspondeopendoar:13412025-10-16 09:33:09.649Memoria Académica (UNLP-FAHCE) - Universidad Nacional de La Plata. Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educaciónfalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
O poder da interjeição na performance trágica The power of interjection in tragic performance |
title |
O poder da interjeição na performance trágica |
spellingShingle |
O poder da interjeição na performance trágica Menezes Neto, Nelson de Aguiar Literatura Persians Aeschylus Lament Interjection Os Persas Ésquilo Lamento Interjeição |
title_short |
O poder da interjeição na performance trágica |
title_full |
O poder da interjeição na performance trágica |
title_fullStr |
O poder da interjeição na performance trágica |
title_full_unstemmed |
O poder da interjeição na performance trágica |
title_sort |
O poder da interjeição na performance trágica |
dc.creator.none.fl_str_mv |
Menezes Neto, Nelson de Aguiar |
author |
Menezes Neto, Nelson de Aguiar |
author_facet |
Menezes Neto, Nelson de Aguiar |
author_role |
author |
dc.subject.none.fl_str_mv |
Literatura Persians Aeschylus Lament Interjection Os Persas Ésquilo Lamento Interjeição |
topic |
Literatura Persians Aeschylus Lament Interjection Os Persas Ésquilo Lamento Interjeição |
dc.description.none.fl_txt_mv |
In Frogs 1028, Dionysus states that he rejoyced when Aeschylus in the Persians lamented for the death of Darius, and the chorus straightway clapped their hands and said, "Ee-ow!" (εΐπεν 'ίανοϊ'). In doing so, Aristophanes highlights the interjection as a particular component of theatrical conventions. Embedded in a tradition where lógos corresponds to word in action, the use of this lexical structure in Greek tragedy thus appears as a fundamental element for the functioning of this poetic genre. It is a refined strategy of enunciation that serves the tragic purposes of producing emotional effects through oralized speech. Without a denotative or descriptive function, but with a rich variation of possible meanings, it is pure mimetic performance, marked by the spontaneous expression of ineffable feelings. In this paper, we propose a discussion of the mimetic character of the interjection in tragedy-its phonetic ability to imitate reality-by examining its use in Aeschylus's Persians, a work considered "a great lament." The goal is to understand the fundamentally sounding nature of the tragic discourse arrangement and highlight a unique Greek practice of using language and producing speech. No verso 1028 das Rãs, Dioniso diz que gostou quando, nos Persas, o coro bate palmas e emite exclamações de tristeza (εΐπεν 'ίανοϊ') diante do corpo morto de Dario. Com isso, Aristófanes coloca em evidência a interjeição como um componente particular das convenções do teatro. Inscrita numa tradição em que o lógos corresponde à palavra em ação, o emprego dessa estrutura lexical na tragédia grega apresenta-se, portanto, como elemento fundamental para o funcionamento deste gênero poético. Trata-se de uma estratégia refinada de enunciação que atende às finalidades trágicas de produção de efeitos emocionais mediante a palavra oralizada. Sem função denotativa ou descritiva, mas com rica variação de possibilidades de sentido, ela é pura performance mimética, marcada pela expressão espontânea de sentimentos quase inefáveis. Nesta comunicação propomos uma discussão do caráter mimético da interjeição na tragédia -de sua capacidade fônica de imitar a realidade-, recorrendo, para isso, a um levantamento do uso da estrutura nos Persas de Ésquilo, obra considerada "um grande lamento". O objetivo é compreender a natureza fundamentalmente sonora do arranjo discursivo da tragédia, evidenciando, assim, uma prática grega singular de uso da linguagem e de produção do discurso. Fil: Menezes Neto, Nelson de Aguiar. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil. |
description |
In Frogs 1028, Dionysus states that he rejoyced when Aeschylus in the Persians lamented for the death of Darius, and the chorus straightway clapped their hands and said, "Ee-ow!" (εΐπεν 'ίανοϊ'). In doing so, Aristophanes highlights the interjection as a particular component of theatrical conventions. Embedded in a tradition where lógos corresponds to word in action, the use of this lexical structure in Greek tragedy thus appears as a fundamental element for the functioning of this poetic genre. It is a refined strategy of enunciation that serves the tragic purposes of producing emotional effects through oralized speech. Without a denotative or descriptive function, but with a rich variation of possible meanings, it is pure mimetic performance, marked by the spontaneous expression of ineffable feelings. In this paper, we propose a discussion of the mimetic character of the interjection in tragedy-its phonetic ability to imitate reality-by examining its use in Aeschylus's Persians, a work considered "a great lament." The goal is to understand the fundamentally sounding nature of the tragic discourse arrangement and highlight a unique Greek practice of using language and producing speech. |
publishDate |
2025 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2025 |
dc.type.none.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion http://purl.org/coar/resource_type/c_6501 info:ar-repo/semantics/articulo |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.none.fl_str_mv |
https://www.memoria.fahce.unlp.edu.ar/art_revistas/pr.19372/pr.19372.pdf |
url |
https://www.memoria.fahce.unlp.edu.ar/art_revistas/pr.19372/pr.19372.pdf |
dc.language.none.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/altIdentifier/doi/10.24215/1851779Xe163 |
dc.rights.none.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/ |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
rights_invalid_str_mv |
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/ |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
Synthesis, 32(2), e163. (2025) ISSN 1851-779X reponame:Memoria Académica (UNLP-FAHCE) instname:Universidad Nacional de La Plata. Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación instacron:UNLP |
reponame_str |
Memoria Académica (UNLP-FAHCE) |
collection |
Memoria Académica (UNLP-FAHCE) |
instname_str |
Universidad Nacional de La Plata. Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación |
instacron_str |
UNLP |
institution |
UNLP |
repository.name.fl_str_mv |
Memoria Académica (UNLP-FAHCE) - Universidad Nacional de La Plata. Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación |
repository.mail.fl_str_mv |
memoria@fahce.unlp.edu.ar |
_version_ |
1846143294556340225 |
score |
13.22299 |