O antropólogo como "espião": das acusações públicas à construção das perspectivas nativas

Autores
Zenobi, Diego Sebastian
Año de publicación
2010
Idioma
portugués
Tipo de recurso
artículo
Estado
versión publicada
Descripción
Nos últimos anos, parte da academia norte-americana mobilizou-se em torno de um grande debate sobre ´antropologia e espionagem´. As acusações feitas sobre alguns colegas eram motivadas pela preocupação sobre o uso que poderia ser feito do conhecimento gerado no trabalho de campo. Elas expressavam que os antropólogos podem ser considerados sujeitos perigosos para as populações estudadas. Respondendo às mesmas inquietações, em algumas ocasiões, nós, os antropólogos, também somos objeto de acusações feitas pelos nossos nativos. Enquanto desenvolvía meu trabalho, enfatizou-se publicamente e em duas oportunidades, a possibilidade de que eu fosse um infiltrado que estivesse espionando as ações e debates em que eram protagonistas. Com o objetivo de reconstruir as perspectivas das pessoas que me acusaram, proponho transformar esses acontecimentos, de aparência anedótica e pessoal, em perguntas de pesquisa. Inspirado em algumas ideias surgidas no campo de estudos sobre acusações de bruxaria, proporei uma análise orientada a iluminar a dinâmica do campo na qual as acusações foram produzidas.
In recent years, some American scholars have become embroiled in an extensive debate on 'anthropology and espionage.' The accusations levelled at some colleagues have been prompted by concerns over the potential use of knowledge generated during fieldwork. These accusations have shown that anthropologists can be regarded as 'dangerous' to the populations under study. Echoing the same kinds of concern, sometimes anthropologists are accused by 'their' natives themselves. In this article I discuss two episodes that occurred during my own fieldwork among a group of relatives of victims of a fire in Buenos Aires. On two different occasions during my fieldwork I was publicly accused of being an infiltrado, or inside agent, sent to spy on their actions and conversations. My aim here is to transform these apparently personal and anecdotal episodes into research questions capable of providing an insight into the perspectives of those accusing me. Inspired by other anthropological studies of witchcraft accusations, I look to analyze the dynamics of the social field in which the accusations were produced, simultaneously resituating my own role as a producer of knowledge.
Fil: Zenobi, Diego Sebastian. Universidad de Buenos Aires. Facultad de Filosofía y Letras; Argentina. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas; Argentina
Materia
CROMAÑÓN
ANTROPOLOGIA E ESPIONAGEM
ACUSACOES DE BRUXARIA
CATEGORÍAS NATIVAS
Nivel de accesibilidad
acceso abierto
Condiciones de uso
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.5/ar/
Repositorio
CONICET Digital (CONICET)
Institución
Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas
OAI Identificador
oai:ri.conicet.gov.ar:11336/34679

id CONICETDig_7eeb37ce89d51cdd28f818512e52f602
oai_identifier_str oai:ri.conicet.gov.ar:11336/34679
network_acronym_str CONICETDig
repository_id_str 3498
network_name_str CONICET Digital (CONICET)
spelling O antropólogo como "espião": das acusações públicas à construção das perspectivas nativasThe anthropologist as 'spy': from public accusations to the construction of native perspectivesZenobi, Diego SebastianCROMAÑÓNANTROPOLOGIA E ESPIONAGEMACUSACOES DE BRUXARIACATEGORÍAS NATIVAShttps://purl.org/becyt/ford/5.4https://purl.org/becyt/ford/5Nos últimos anos, parte da academia norte-americana mobilizou-se em torno de um grande debate sobre ´antropologia e espionagem´. As acusações feitas sobre alguns colegas eram motivadas pela preocupação sobre o uso que poderia ser feito do conhecimento gerado no trabalho de campo. Elas expressavam que os antropólogos podem ser considerados sujeitos perigosos para as populações estudadas. Respondendo às mesmas inquietações, em algumas ocasiões, nós, os antropólogos, também somos objeto de acusações feitas pelos nossos nativos. Enquanto desenvolvía meu trabalho, enfatizou-se publicamente e em duas oportunidades, a possibilidade de que eu fosse um infiltrado que estivesse espionando as ações e debates em que eram protagonistas. Com o objetivo de reconstruir as perspectivas das pessoas que me acusaram, proponho transformar esses acontecimentos, de aparência anedótica e pessoal, em perguntas de pesquisa. Inspirado em algumas ideias surgidas no campo de estudos sobre acusações de bruxaria, proporei uma análise orientada a iluminar a dinâmica do campo na qual as acusações foram produzidas.In recent years, some American scholars have become embroiled in an extensive debate on 'anthropology and espionage.' The accusations levelled at some colleagues have been prompted by concerns over the potential use of knowledge generated during fieldwork. These accusations have shown that anthropologists can be regarded as 'dangerous' to the populations under study. Echoing the same kinds of concern, sometimes anthropologists are accused by 'their' natives themselves. In this article I discuss two episodes that occurred during my own fieldwork among a group of relatives of victims of a fire in Buenos Aires. On two different occasions during my fieldwork I was publicly accused of being an infiltrado, or inside agent, sent to spy on their actions and conversations. My aim here is to transform these apparently personal and anecdotal episodes into research questions capable of providing an insight into the perspectives of those accusing me. Inspired by other anthropological studies of witchcraft accusations, I look to analyze the dynamics of the social field in which the accusations were produced, simultaneously resituating my own role as a producer of knowledge.Fil: Zenobi, Diego Sebastian. Universidad de Buenos Aires. Facultad de Filosofía y Letras; Argentina. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas; ArgentinaUniversidade Federal do Rio de Janeiro2010-10info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionhttp://purl.org/coar/resource_type/c_6501info:ar-repo/semantics/articuloapplication/pdfapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11336/34679Zenobi, Diego Sebastian; O antropólogo como "espião": das acusações públicas à construção das perspectivas nativas; Universidade Federal do Rio de Janeiro; Mana; 16; 2; 10-2010; 471-4990104-93131678-4944CONICET DigitalCONICETporinfo:eu-repo/semantics/altIdentifier/url/http://ref.scielo.org/mnb76winfo:eu-repo/semantics/altIdentifier/doi/10.1590/S0104-93132010000200009info:eu-repo/semantics/openAccesshttps://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.5/ar/reponame:CONICET Digital (CONICET)instname:Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas2025-09-29T09:32:26Zoai:ri.conicet.gov.ar:11336/34679instacron:CONICETInstitucionalhttp://ri.conicet.gov.ar/Organismo científico-tecnológicoNo correspondehttp://ri.conicet.gov.ar/oai/requestdasensio@conicet.gov.ar; lcarlino@conicet.gov.arArgentinaNo correspondeNo correspondeNo correspondeopendoar:34982025-09-29 09:32:26.366CONICET Digital (CONICET) - Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicasfalse
dc.title.none.fl_str_mv O antropólogo como "espião": das acusações públicas à construção das perspectivas nativas
The anthropologist as 'spy': from public accusations to the construction of native perspectives
title O antropólogo como "espião": das acusações públicas à construção das perspectivas nativas
spellingShingle O antropólogo como "espião": das acusações públicas à construção das perspectivas nativas
Zenobi, Diego Sebastian
CROMAÑÓN
ANTROPOLOGIA E ESPIONAGEM
ACUSACOES DE BRUXARIA
CATEGORÍAS NATIVAS
title_short O antropólogo como "espião": das acusações públicas à construção das perspectivas nativas
title_full O antropólogo como "espião": das acusações públicas à construção das perspectivas nativas
title_fullStr O antropólogo como "espião": das acusações públicas à construção das perspectivas nativas
title_full_unstemmed O antropólogo como "espião": das acusações públicas à construção das perspectivas nativas
title_sort O antropólogo como "espião": das acusações públicas à construção das perspectivas nativas
dc.creator.none.fl_str_mv Zenobi, Diego Sebastian
author Zenobi, Diego Sebastian
author_facet Zenobi, Diego Sebastian
author_role author
dc.subject.none.fl_str_mv CROMAÑÓN
ANTROPOLOGIA E ESPIONAGEM
ACUSACOES DE BRUXARIA
CATEGORÍAS NATIVAS
topic CROMAÑÓN
ANTROPOLOGIA E ESPIONAGEM
ACUSACOES DE BRUXARIA
CATEGORÍAS NATIVAS
purl_subject.fl_str_mv https://purl.org/becyt/ford/5.4
https://purl.org/becyt/ford/5
dc.description.none.fl_txt_mv Nos últimos anos, parte da academia norte-americana mobilizou-se em torno de um grande debate sobre ´antropologia e espionagem´. As acusações feitas sobre alguns colegas eram motivadas pela preocupação sobre o uso que poderia ser feito do conhecimento gerado no trabalho de campo. Elas expressavam que os antropólogos podem ser considerados sujeitos perigosos para as populações estudadas. Respondendo às mesmas inquietações, em algumas ocasiões, nós, os antropólogos, também somos objeto de acusações feitas pelos nossos nativos. Enquanto desenvolvía meu trabalho, enfatizou-se publicamente e em duas oportunidades, a possibilidade de que eu fosse um infiltrado que estivesse espionando as ações e debates em que eram protagonistas. Com o objetivo de reconstruir as perspectivas das pessoas que me acusaram, proponho transformar esses acontecimentos, de aparência anedótica e pessoal, em perguntas de pesquisa. Inspirado em algumas ideias surgidas no campo de estudos sobre acusações de bruxaria, proporei uma análise orientada a iluminar a dinâmica do campo na qual as acusações foram produzidas.
In recent years, some American scholars have become embroiled in an extensive debate on 'anthropology and espionage.' The accusations levelled at some colleagues have been prompted by concerns over the potential use of knowledge generated during fieldwork. These accusations have shown that anthropologists can be regarded as 'dangerous' to the populations under study. Echoing the same kinds of concern, sometimes anthropologists are accused by 'their' natives themselves. In this article I discuss two episodes that occurred during my own fieldwork among a group of relatives of victims of a fire in Buenos Aires. On two different occasions during my fieldwork I was publicly accused of being an infiltrado, or inside agent, sent to spy on their actions and conversations. My aim here is to transform these apparently personal and anecdotal episodes into research questions capable of providing an insight into the perspectives of those accusing me. Inspired by other anthropological studies of witchcraft accusations, I look to analyze the dynamics of the social field in which the accusations were produced, simultaneously resituating my own role as a producer of knowledge.
Fil: Zenobi, Diego Sebastian. Universidad de Buenos Aires. Facultad de Filosofía y Letras; Argentina. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas; Argentina
description Nos últimos anos, parte da academia norte-americana mobilizou-se em torno de um grande debate sobre ´antropologia e espionagem´. As acusações feitas sobre alguns colegas eram motivadas pela preocupação sobre o uso que poderia ser feito do conhecimento gerado no trabalho de campo. Elas expressavam que os antropólogos podem ser considerados sujeitos perigosos para as populações estudadas. Respondendo às mesmas inquietações, em algumas ocasiões, nós, os antropólogos, também somos objeto de acusações feitas pelos nossos nativos. Enquanto desenvolvía meu trabalho, enfatizou-se publicamente e em duas oportunidades, a possibilidade de que eu fosse um infiltrado que estivesse espionando as ações e debates em que eram protagonistas. Com o objetivo de reconstruir as perspectivas das pessoas que me acusaram, proponho transformar esses acontecimentos, de aparência anedótica e pessoal, em perguntas de pesquisa. Inspirado em algumas ideias surgidas no campo de estudos sobre acusações de bruxaria, proporei uma análise orientada a iluminar a dinâmica do campo na qual as acusações foram produzidas.
publishDate 2010
dc.date.none.fl_str_mv 2010-10
dc.type.none.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
http://purl.org/coar/resource_type/c_6501
info:ar-repo/semantics/articulo
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.none.fl_str_mv http://hdl.handle.net/11336/34679
Zenobi, Diego Sebastian; O antropólogo como "espião": das acusações públicas à construção das perspectivas nativas; Universidade Federal do Rio de Janeiro; Mana; 16; 2; 10-2010; 471-499
0104-9313
1678-4944
CONICET Digital
CONICET
url http://hdl.handle.net/11336/34679
identifier_str_mv Zenobi, Diego Sebastian; O antropólogo como "espião": das acusações públicas à construção das perspectivas nativas; Universidade Federal do Rio de Janeiro; Mana; 16; 2; 10-2010; 471-499
0104-9313
1678-4944
CONICET Digital
CONICET
dc.language.none.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/altIdentifier/url/http://ref.scielo.org/mnb76w
info:eu-repo/semantics/altIdentifier/doi/10.1590/S0104-93132010000200009
dc.rights.none.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.5/ar/
eu_rights_str_mv openAccess
rights_invalid_str_mv https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.5/ar/
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
application/pdf
application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Rio de Janeiro
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Rio de Janeiro
dc.source.none.fl_str_mv reponame:CONICET Digital (CONICET)
instname:Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas
reponame_str CONICET Digital (CONICET)
collection CONICET Digital (CONICET)
instname_str Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas
repository.name.fl_str_mv CONICET Digital (CONICET) - Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas
repository.mail.fl_str_mv dasensio@conicet.gov.ar; lcarlino@conicet.gov.ar
_version_ 1844612989247815680
score 13.070432