Pacto social, acordo de estabilização e desenvolvimento sustentável

Autores
Rozenwurcel, Guillermo
Año de publicación
2019
Idioma
portugués
Tipo de recurso
artículo
Estado
versión publicada
Descripción
Desde que o presidente eleito, Alberto Fernández, anunciou que promoveria um acordo de preços e salários nos primeiros seis meses de seu mandato, a questão se instalou na agenda pública. No entanto, até agora o debate tem se mostrado muito pobre. De um lado estão aqueles que afirmam que está condenado ao fracasso, simplesmente porque, segundo eles, na Argentina esses acordos sempre fracassaram. Do outro, os que afirmam que, sem ele, a atual crise é insolúvel, mas não oferecem ideias concretas sobre seu conteúdo e implementação, que superem a necessidade de um acordo impreciso e temporário sobre preços e salários. O tema é sumamente relevante, mas a discussão não pode ser encerrada simplesmente com um sim ou um não. Antes de se pronunciar, é necessário refletir com base na experiência prévia, nacional e internacional, e ela existe em abundância, e nas circunstâncias concretas que enfrentamos. Do ponto de vista da teoria econômica convencional, os acordos não só não servem, mas são contraproducentes porque afetam a livre concorrência nos mercados. No entanto, se não abraçamos a teoria da concorrência perfeita e, ao contrário, nos preocupamos em entender a realidade, descobrimos facilmente que não só a concorrência é sempre (mais ou menos) imperfeita e, por isso, muitas vezes os mercados estabelecem preços “inapropriados” que impedem a alocação eficiente dos recursos, mas que o sistema de mercado, às vezes, falha quando se trata de coordenar as decisões dos atores do ponto de vista do equilíbrio geral (sistêmico). Nessas circunstâncias, o sistema de mercado não pode enfrentar, de maneira satisfatória, o desemprego, a inflação e outros desequilíbrios macroeconômicos fundamentais. Dessa perspectiva teórica, é necessário complementar a ação dos mercados com outros mecanismos de coordenação, que só podem ser proporcionados pelo Estado. Entre eles, quando as circunstâncias o exigem, as políticas de renda e o apoio institucional e normativo para estabelecer acordos sociais de naturezas diversas. A experiência histórica, tanto de nosso passado como do de muitas outras sociedades, sugere que os acordos, sejam eles políticos ou econômico-sociais, são muito difíceis, mas não impossíveis. Muitas experiências fracassadas, mas outras mais ou menos bem-sucedidas, podem ser identificadas, tanto na esfera internacional como em nosso país. O que as experiências bem-sucedidas têm em comum é que em todas elas foi possível entabular um diálogo frutífero entre atores com interesses contrapostos, definir objetivos comuns e acordar políticas para alcançá-los. Em suma, os acordos são possíveis; no entanto, para que funcionem e produzam os resultados esperados é crucial entender o contexto em que são propostos, e basear os compromissos acordados em objetivos realistas.
Fil: Rozenwurcel, Guillermo. Universidad Nacional de San Martín. Escuela de Política y Gobierno; Argentina. Universidad de Buenos Aires; Argentina. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas; Argentina
Materia
PACTO SOCIAL SOCIAL
ESTABILIZACION
DESARROLLO
ARGENTINA
Nivel de accesibilidad
acceso abierto
Condiciones de uso
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/ar/
Repositorio
CONICET Digital (CONICET)
Institución
Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas
OAI Identificador
oai:ri.conicet.gov.ar:11336/129779

id CONICETDig_1620fc2a4bb299d1d22666dc15a4bd26
oai_identifier_str oai:ri.conicet.gov.ar:11336/129779
network_acronym_str CONICETDig
repository_id_str 3498
network_name_str CONICET Digital (CONICET)
spelling Pacto social, acordo de estabilização e desenvolvimento sustentávelRozenwurcel, GuillermoPACTO SOCIAL SOCIALESTABILIZACIONDESARROLLOARGENTINAhttps://purl.org/becyt/ford/5.2https://purl.org/becyt/ford/5Desde que o presidente eleito, Alberto Fernández, anunciou que promoveria um acordo de preços e salários nos primeiros seis meses de seu mandato, a questão se instalou na agenda pública. No entanto, até agora o debate tem se mostrado muito pobre. De um lado estão aqueles que afirmam que está condenado ao fracasso, simplesmente porque, segundo eles, na Argentina esses acordos sempre fracassaram. Do outro, os que afirmam que, sem ele, a atual crise é insolúvel, mas não oferecem ideias concretas sobre seu conteúdo e implementação, que superem a necessidade de um acordo impreciso e temporário sobre preços e salários. O tema é sumamente relevante, mas a discussão não pode ser encerrada simplesmente com um sim ou um não. Antes de se pronunciar, é necessário refletir com base na experiência prévia, nacional e internacional, e ela existe em abundância, e nas circunstâncias concretas que enfrentamos. Do ponto de vista da teoria econômica convencional, os acordos não só não servem, mas são contraproducentes porque afetam a livre concorrência nos mercados. No entanto, se não abraçamos a teoria da concorrência perfeita e, ao contrário, nos preocupamos em entender a realidade, descobrimos facilmente que não só a concorrência é sempre (mais ou menos) imperfeita e, por isso, muitas vezes os mercados estabelecem preços “inapropriados” que impedem a alocação eficiente dos recursos, mas que o sistema de mercado, às vezes, falha quando se trata de coordenar as decisões dos atores do ponto de vista do equilíbrio geral (sistêmico). Nessas circunstâncias, o sistema de mercado não pode enfrentar, de maneira satisfatória, o desemprego, a inflação e outros desequilíbrios macroeconômicos fundamentais. Dessa perspectiva teórica, é necessário complementar a ação dos mercados com outros mecanismos de coordenação, que só podem ser proporcionados pelo Estado. Entre eles, quando as circunstâncias o exigem, as políticas de renda e o apoio institucional e normativo para estabelecer acordos sociais de naturezas diversas. A experiência histórica, tanto de nosso passado como do de muitas outras sociedades, sugere que os acordos, sejam eles políticos ou econômico-sociais, são muito difíceis, mas não impossíveis. Muitas experiências fracassadas, mas outras mais ou menos bem-sucedidas, podem ser identificadas, tanto na esfera internacional como em nosso país. O que as experiências bem-sucedidas têm em comum é que em todas elas foi possível entabular um diálogo frutífero entre atores com interesses contrapostos, definir objetivos comuns e acordar políticas para alcançá-los. Em suma, os acordos são possíveis; no entanto, para que funcionem e produzam os resultados esperados é crucial entender o contexto em que são propostos, e basear os compromissos acordados em objetivos realistas.Fil: Rozenwurcel, Guillermo. Universidad Nacional de San Martín. Escuela de Política y Gobierno; Argentina. Universidad de Buenos Aires; Argentina. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas; ArgentinaFundação Centro de Estudos do Comércio Exterior2019-12info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionhttp://purl.org/coar/resource_type/c_6501info:ar-repo/semantics/articuloapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11336/129779Rozenwurcel, Guillermo; Pacto social, acordo de estabilização e desenvolvimento sustentável; Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior; Revista Brasileira de Comercio Exterior; XXXIII; 141; 12-2019; 36-450102-5074CONICET DigitalCONICETporinfo:eu-repo/semantics/altIdentifier/url/http://www.funcex.org.br/publicacoes/rbce/material/rbce/RBCE141_Artigo_Guillermo.pdfinfo:eu-repo/semantics/openAccesshttps://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/ar/reponame:CONICET Digital (CONICET)instname:Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas2025-09-03T10:02:31Zoai:ri.conicet.gov.ar:11336/129779instacron:CONICETInstitucionalhttp://ri.conicet.gov.ar/Organismo científico-tecnológicoNo correspondehttp://ri.conicet.gov.ar/oai/requestdasensio@conicet.gov.ar; lcarlino@conicet.gov.arArgentinaNo correspondeNo correspondeNo correspondeopendoar:34982025-09-03 10:02:31.657CONICET Digital (CONICET) - Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicasfalse
dc.title.none.fl_str_mv Pacto social, acordo de estabilização e desenvolvimento sustentável
title Pacto social, acordo de estabilização e desenvolvimento sustentável
spellingShingle Pacto social, acordo de estabilização e desenvolvimento sustentável
Rozenwurcel, Guillermo
PACTO SOCIAL SOCIAL
ESTABILIZACION
DESARROLLO
ARGENTINA
title_short Pacto social, acordo de estabilização e desenvolvimento sustentável
title_full Pacto social, acordo de estabilização e desenvolvimento sustentável
title_fullStr Pacto social, acordo de estabilização e desenvolvimento sustentável
title_full_unstemmed Pacto social, acordo de estabilização e desenvolvimento sustentável
title_sort Pacto social, acordo de estabilização e desenvolvimento sustentável
dc.creator.none.fl_str_mv Rozenwurcel, Guillermo
author Rozenwurcel, Guillermo
author_facet Rozenwurcel, Guillermo
author_role author
dc.subject.none.fl_str_mv PACTO SOCIAL SOCIAL
ESTABILIZACION
DESARROLLO
ARGENTINA
topic PACTO SOCIAL SOCIAL
ESTABILIZACION
DESARROLLO
ARGENTINA
purl_subject.fl_str_mv https://purl.org/becyt/ford/5.2
https://purl.org/becyt/ford/5
dc.description.none.fl_txt_mv Desde que o presidente eleito, Alberto Fernández, anunciou que promoveria um acordo de preços e salários nos primeiros seis meses de seu mandato, a questão se instalou na agenda pública. No entanto, até agora o debate tem se mostrado muito pobre. De um lado estão aqueles que afirmam que está condenado ao fracasso, simplesmente porque, segundo eles, na Argentina esses acordos sempre fracassaram. Do outro, os que afirmam que, sem ele, a atual crise é insolúvel, mas não oferecem ideias concretas sobre seu conteúdo e implementação, que superem a necessidade de um acordo impreciso e temporário sobre preços e salários. O tema é sumamente relevante, mas a discussão não pode ser encerrada simplesmente com um sim ou um não. Antes de se pronunciar, é necessário refletir com base na experiência prévia, nacional e internacional, e ela existe em abundância, e nas circunstâncias concretas que enfrentamos. Do ponto de vista da teoria econômica convencional, os acordos não só não servem, mas são contraproducentes porque afetam a livre concorrência nos mercados. No entanto, se não abraçamos a teoria da concorrência perfeita e, ao contrário, nos preocupamos em entender a realidade, descobrimos facilmente que não só a concorrência é sempre (mais ou menos) imperfeita e, por isso, muitas vezes os mercados estabelecem preços “inapropriados” que impedem a alocação eficiente dos recursos, mas que o sistema de mercado, às vezes, falha quando se trata de coordenar as decisões dos atores do ponto de vista do equilíbrio geral (sistêmico). Nessas circunstâncias, o sistema de mercado não pode enfrentar, de maneira satisfatória, o desemprego, a inflação e outros desequilíbrios macroeconômicos fundamentais. Dessa perspectiva teórica, é necessário complementar a ação dos mercados com outros mecanismos de coordenação, que só podem ser proporcionados pelo Estado. Entre eles, quando as circunstâncias o exigem, as políticas de renda e o apoio institucional e normativo para estabelecer acordos sociais de naturezas diversas. A experiência histórica, tanto de nosso passado como do de muitas outras sociedades, sugere que os acordos, sejam eles políticos ou econômico-sociais, são muito difíceis, mas não impossíveis. Muitas experiências fracassadas, mas outras mais ou menos bem-sucedidas, podem ser identificadas, tanto na esfera internacional como em nosso país. O que as experiências bem-sucedidas têm em comum é que em todas elas foi possível entabular um diálogo frutífero entre atores com interesses contrapostos, definir objetivos comuns e acordar políticas para alcançá-los. Em suma, os acordos são possíveis; no entanto, para que funcionem e produzam os resultados esperados é crucial entender o contexto em que são propostos, e basear os compromissos acordados em objetivos realistas.
Fil: Rozenwurcel, Guillermo. Universidad Nacional de San Martín. Escuela de Política y Gobierno; Argentina. Universidad de Buenos Aires; Argentina. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas; Argentina
description Desde que o presidente eleito, Alberto Fernández, anunciou que promoveria um acordo de preços e salários nos primeiros seis meses de seu mandato, a questão se instalou na agenda pública. No entanto, até agora o debate tem se mostrado muito pobre. De um lado estão aqueles que afirmam que está condenado ao fracasso, simplesmente porque, segundo eles, na Argentina esses acordos sempre fracassaram. Do outro, os que afirmam que, sem ele, a atual crise é insolúvel, mas não oferecem ideias concretas sobre seu conteúdo e implementação, que superem a necessidade de um acordo impreciso e temporário sobre preços e salários. O tema é sumamente relevante, mas a discussão não pode ser encerrada simplesmente com um sim ou um não. Antes de se pronunciar, é necessário refletir com base na experiência prévia, nacional e internacional, e ela existe em abundância, e nas circunstâncias concretas que enfrentamos. Do ponto de vista da teoria econômica convencional, os acordos não só não servem, mas são contraproducentes porque afetam a livre concorrência nos mercados. No entanto, se não abraçamos a teoria da concorrência perfeita e, ao contrário, nos preocupamos em entender a realidade, descobrimos facilmente que não só a concorrência é sempre (mais ou menos) imperfeita e, por isso, muitas vezes os mercados estabelecem preços “inapropriados” que impedem a alocação eficiente dos recursos, mas que o sistema de mercado, às vezes, falha quando se trata de coordenar as decisões dos atores do ponto de vista do equilíbrio geral (sistêmico). Nessas circunstâncias, o sistema de mercado não pode enfrentar, de maneira satisfatória, o desemprego, a inflação e outros desequilíbrios macroeconômicos fundamentais. Dessa perspectiva teórica, é necessário complementar a ação dos mercados com outros mecanismos de coordenação, que só podem ser proporcionados pelo Estado. Entre eles, quando as circunstâncias o exigem, as políticas de renda e o apoio institucional e normativo para estabelecer acordos sociais de naturezas diversas. A experiência histórica, tanto de nosso passado como do de muitas outras sociedades, sugere que os acordos, sejam eles políticos ou econômico-sociais, são muito difíceis, mas não impossíveis. Muitas experiências fracassadas, mas outras mais ou menos bem-sucedidas, podem ser identificadas, tanto na esfera internacional como em nosso país. O que as experiências bem-sucedidas têm em comum é que em todas elas foi possível entabular um diálogo frutífero entre atores com interesses contrapostos, definir objetivos comuns e acordar políticas para alcançá-los. Em suma, os acordos são possíveis; no entanto, para que funcionem e produzam os resultados esperados é crucial entender o contexto em que são propostos, e basear os compromissos acordados em objetivos realistas.
publishDate 2019
dc.date.none.fl_str_mv 2019-12
dc.type.none.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
http://purl.org/coar/resource_type/c_6501
info:ar-repo/semantics/articulo
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.none.fl_str_mv http://hdl.handle.net/11336/129779
Rozenwurcel, Guillermo; Pacto social, acordo de estabilização e desenvolvimento sustentável; Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior; Revista Brasileira de Comercio Exterior; XXXIII; 141; 12-2019; 36-45
0102-5074
CONICET Digital
CONICET
url http://hdl.handle.net/11336/129779
identifier_str_mv Rozenwurcel, Guillermo; Pacto social, acordo de estabilização e desenvolvimento sustentável; Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior; Revista Brasileira de Comercio Exterior; XXXIII; 141; 12-2019; 36-45
0102-5074
CONICET Digital
CONICET
dc.language.none.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/altIdentifier/url/http://www.funcex.org.br/publicacoes/rbce/material/rbce/RBCE141_Artigo_Guillermo.pdf
dc.rights.none.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/ar/
eu_rights_str_mv openAccess
rights_invalid_str_mv https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/ar/
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior
publisher.none.fl_str_mv Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior
dc.source.none.fl_str_mv reponame:CONICET Digital (CONICET)
instname:Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas
reponame_str CONICET Digital (CONICET)
collection CONICET Digital (CONICET)
instname_str Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas
repository.name.fl_str_mv CONICET Digital (CONICET) - Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas
repository.mail.fl_str_mv dasensio@conicet.gov.ar; lcarlino@conicet.gov.ar
_version_ 1842269760420577280
score 13.13397