Mitos sobre a desigualdade dos cérebros: Para além de uma abordagem da biologização do fracasso escolar

Autores
Kaplan, Carina Viviana
Año de publicación
2022
Idioma
portugués
Tipo de recurso
parte de libro
Estado
versión publicada
Descripción
Vivemos sob uma crendice social de que nascemos com um destino imutável. Assim, é comumouvir nas conversas cotidianas que tal pessoa “nasceu para ser pianista”, que “nasceu para serum trabalhador” ou, no que diz respeito à escola, que “não nasceu para a matemática” ou que“não tem a cabeça para o estudo”. Da mesma forma, proliferam os discursos pseudocientíficos que são instalados no senso comum, levando conceitos como o cérebro que governacomportamentos sociais: “o cérebro aprende”, “o cérebro ama”, “o cérebro está animado”. Aoinvés da perspectiva de que aprendemos, amamos e nos excitamos, direcionamos o mérito eos resultados dos processos cognitivo-acadêmicos e emocionais nos fenômenos do cérebrocomo entidades autônomas; dividindo assim o biológico e o social. Além disso observei, emnome das neurobiologias transferidas para o campo educacional, são feitas entre cérebrosde crianças ricas e de crianças pobres. Ou o que é ainda mais grave, é explícito que o cérebro de uma criança em um contexto de pobreza aprende de forma peculiar, sempre em contraste com o cérebro da criança em uma situação de vantagem social.Não quero desvalorizar que somos sujeitos advindos de uma materialidade biológica,entretanto, quero apontar que estes discursos, cultural e o educacional acabam por se reduzir ao biológico. Essas crenças configuram uma espécie de paradigma biológico deterministaestrutural que produz verdades que limitam perspectivas futuras de indivíduos e grupos. Essedeterminismo nos mostra que fatalmente esta ordem social se reflete na biologia. O discursoreducionista sobre cérebros ou sobre genes é apresentado como a única maneira de explicarcomportamentos sociais. As pessoas acabam assumindo, inconscientemente (em um sentidosociológico) que esse discurso é a causa do seu próprio sucesso ou fracasso. As categorias deinsucesso são internalizadas como um destino intrínseco, dado as marcas subjetivas. Hipoteticamente, é experimentado como uma consciência dos limites com o efeito do destino. Asuperioridade e a inferioridade são postas como causa de trajetórias pessoais e grupais. Estediscurso é uma vertente que se renova no contexto argentino, em que o sistema educacional, nas últimas décadas, foi democratizado. Jovens de setores populares puderam participar pela primeira vez às aulas de ensino secundário (pós-primário), sistematização que setornou obrigatória.9 Muitos desses alunos conseguiram pela primeira vez em suas gerações,uma conquista através de um título em nível intermediário de educação.Com base em uma série de ferramentas analíticas da sociologia figurativa de NorbertElias, neste artigo, vou desenvolver esboços para uma abordagem alternativa ao racismo acadêmico de natureza biologicista; desconstruindo noções presentes na voz dos professoresque entrevistei durante um extenso processo de pesquisa, analisando aspectos como "dom","gênio" e "talento". Neste contexto, nos ancoramos em Elias, que dispõe que uma das principais funções da sociologia como ciência é a destruição de mitos ou "representações de alegorias" (ELIAS, 1999b, p. 25).As explicações de alegorias que os sujeitos usam no cotidiano servem para disfarçarmedos e misérias cujas explicações reais são difíceis de assumir. Também é uma característica sintomática do pensamento contemporâneo e, em geral, tenta "disfarçar as fantasiassociais com um véu científico-natural, biológico". (ELIAS, 1999b, p. 31). Tal é o caso domedo social de estrangeiros ou deficientes, por exemplo. Vale a pena mencionar que Eliasdistingue o papel completamente insubstituível e altamente construtivo das fantasias na vidados homens daqueles que ocupam um lugar errado na vida social.
Fil: Kaplan, Carina Viviana. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas; Argentina. Universidad de Buenos Aires. Facultad de Filosofía y Letras. Instituto de Ciencias de la Educación; Argentina. Universidad Nacional de La Plata. Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación. Departamento de Ciencias de la Educación; Argentina
Materia
Desigualdade
Biologização do fracasso escolar
Racismo biológico
Nivel de accesibilidad
acceso abierto
Condiciones de uso
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.5/ar/
Repositorio
CONICET Digital (CONICET)
Institución
Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas
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Também é uma característica sintomática do pensamento contemporâneo e, em geral, tenta "disfarçar as fantasiassociais com um véu científico-natural, biológico". (ELIAS, 1999b, p. 31). Tal é o caso domedo social de estrangeiros ou deficientes, por exemplo. Vale a pena mencionar que Eliasdistingue o papel completamente insubstituível e altamente construtivo das fantasias na vidados homens daqueles que ocupam um lugar errado na vida social.Fil: Kaplan, Carina Viviana. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas; Argentina. Universidad de Buenos Aires. Facultad de Filosofía y Letras. Instituto de Ciencias de la Educación; Argentina. Universidad Nacional de La Plata. Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación. 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Fil: Kaplan, Carina Viviana. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas; Argentina. Universidad de Buenos Aires. Facultad de Filosofía y Letras. Instituto de Ciencias de la Educación; Argentina. Universidad Nacional de La Plata. Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación. Departamento de Ciencias de la Educación; Argentina
description Vivemos sob uma crendice social de que nascemos com um destino imutável. Assim, é comumouvir nas conversas cotidianas que tal pessoa “nasceu para ser pianista”, que “nasceu para serum trabalhador” ou, no que diz respeito à escola, que “não nasceu para a matemática” ou que“não tem a cabeça para o estudo”. Da mesma forma, proliferam os discursos pseudocientíficos que são instalados no senso comum, levando conceitos como o cérebro que governacomportamentos sociais: “o cérebro aprende”, “o cérebro ama”, “o cérebro está animado”. Aoinvés da perspectiva de que aprendemos, amamos e nos excitamos, direcionamos o mérito eos resultados dos processos cognitivo-acadêmicos e emocionais nos fenômenos do cérebrocomo entidades autônomas; dividindo assim o biológico e o social. Além disso observei, emnome das neurobiologias transferidas para o campo educacional, são feitas entre cérebrosde crianças ricas e de crianças pobres. Ou o que é ainda mais grave, é explícito que o cérebro de uma criança em um contexto de pobreza aprende de forma peculiar, sempre em contraste com o cérebro da criança em uma situação de vantagem social.Não quero desvalorizar que somos sujeitos advindos de uma materialidade biológica,entretanto, quero apontar que estes discursos, cultural e o educacional acabam por se reduzir ao biológico. Essas crenças configuram uma espécie de paradigma biológico deterministaestrutural que produz verdades que limitam perspectivas futuras de indivíduos e grupos. Essedeterminismo nos mostra que fatalmente esta ordem social se reflete na biologia. O discursoreducionista sobre cérebros ou sobre genes é apresentado como a única maneira de explicarcomportamentos sociais. As pessoas acabam assumindo, inconscientemente (em um sentidosociológico) que esse discurso é a causa do seu próprio sucesso ou fracasso. As categorias deinsucesso são internalizadas como um destino intrínseco, dado as marcas subjetivas. Hipoteticamente, é experimentado como uma consciência dos limites com o efeito do destino. Asuperioridade e a inferioridade são postas como causa de trajetórias pessoais e grupais. Estediscurso é uma vertente que se renova no contexto argentino, em que o sistema educacional, nas últimas décadas, foi democratizado. Jovens de setores populares puderam participar pela primeira vez às aulas de ensino secundário (pós-primário), sistematização que setornou obrigatória.9 Muitos desses alunos conseguiram pela primeira vez em suas gerações,uma conquista através de um título em nível intermediário de educação.Com base em uma série de ferramentas analíticas da sociologia figurativa de NorbertElias, neste artigo, vou desenvolver esboços para uma abordagem alternativa ao racismo acadêmico de natureza biologicista; desconstruindo noções presentes na voz dos professoresque entrevistei durante um extenso processo de pesquisa, analisando aspectos como "dom","gênio" e "talento". Neste contexto, nos ancoramos em Elias, que dispõe que uma das principais funções da sociologia como ciência é a destruição de mitos ou "representações de alegorias" (ELIAS, 1999b, p. 25).As explicações de alegorias que os sujeitos usam no cotidiano servem para disfarçarmedos e misérias cujas explicações reais são difíceis de assumir. Também é uma característica sintomática do pensamento contemporâneo e, em geral, tenta "disfarçar as fantasiassociais com um véu científico-natural, biológico". (ELIAS, 1999b, p. 31). Tal é o caso domedo social de estrangeiros ou deficientes, por exemplo. Vale a pena mencionar que Eliasdistingue o papel completamente insubstituível e altamente construtivo das fantasias na vidados homens daqueles que ocupam um lugar errado na vida social.
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