Jair Bolsonaro e os políticos evangélicos
- Autores
- Goldstein, Ariel Alejandro
- Año de publicación
- 2021
- Idioma
- portugués
- Tipo de recurso
- artículo
- Estado
- versión publicada
- Descripción
- Trata-se de uma análise da aliança de um setor dos evangélicos com o governo Bolsonaro, que passa pela formação da Frente Parlamentar Evangélica (FPE). Para tanto, volta-se para a década de 1980, quando os evangélicos iniciam sua participação na partidária, apresentando candidatos a deputados. Foram um importante apoio para a candidatura de Fernando Collor de Melo à presidência da república, enquanto os católicos passaram a ser vistos pelos neopentecostais como integrantes de uma "aliança comunista" que apoiavam Lula. A partir de 2003, com a chegada do PT à presidência, estes grupos estabeleceram uma aliança pragmática com o Governo, condicionando o seu apoio ao compromisso da candidata de não impulsionar o aborto e adotar uma posicão consensuada com eles a respeito da homossexualidade. O deputado Eduardo Cunha, eleito em fevereiro de 2015 como presidente da Câmara dos Deputados, promoveu o impeachment da Dilma e foi um membro importante da Frente Parlamentar Evangélica. O desprestígio generalizado da classe política e os devastadores efeitos da crise econômica sobre a vida social, assim como uma formidável crise na segurança pública, as bases populares, que haviam apoiado o Partido dos Trabalhadores (PT) por sus exitosas políticas de transferência de renda como o Bolsa Família, foram migrando rumo a outras opções. Estes aspectos reforçaram o poder dos pastores evangélicos como referências diante da queda dos principais líderes políticos. Como “sociólogos selvagens”, percebendo cotidianamente as angústias populares, os pastores evangélicos foram dos primeiros a reconhecer o potencial eleitoral do ex-capitão do Exército Jair Bolsonaro. Tanto Michelle Bolsonaro como o presidente constroem uma narrativa religiosa messiânica que entende a presidência, especialmente a partir da facada, como uma missão moral redentora e guiada por Deus. Fortalece-se assim a presença dos evangélicos na cúpula do poder, quando a FPE que havia interagido com o ex-presidente Lula passa a fazê-lo com Bolsonaro, com vistas a implantar a sua própria agenda conservadora. Esta análise também desmente algumas crenças da imprensa e dos setores progressistas sobre a factibilidade de que seja realizado um impeachment de Bolsonaro e de que o ex-capitão do Exercito seja substituído pelo vice-presidente Hamilton Mourão. Assevera que, ennquanto o presidente continua numa tendência à declinação em sua popularidade, estes setores aumentam proporcionalmente a sua importância para a sustentação do Governo, ganhando espaço e influência.
Fil: Goldstein, Ariel Alejandro. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas; Argentina. Universidad de Buenos Aires. Facultad de Ciencias Sociales. Instituto de Estudios de América Latina y el Caribe; Argentina - Materia
-
JAIR BOLSONARO
EVANGÉLICOS
FRENTE EVANGÉLICA PARLAMENTAR
NEOPENTECOSTALISMO - Nivel de accesibilidad
- acceso abierto
- Condiciones de uso
- https://creativecommons.org/licenses/by/2.5/ar/
- Repositorio
- Institución
- Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas
- OAI Identificador
- oai:ri.conicet.gov.ar:11336/166223
Ver los metadatos del registro completo
id |
CONICETDig_6fe29343198534b8b87d3980e99134a8 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ri.conicet.gov.ar:11336/166223 |
network_acronym_str |
CONICETDig |
repository_id_str |
3498 |
network_name_str |
CONICET Digital (CONICET) |
spelling |
Jair Bolsonaro e os políticos evangélicosJair Bolsonaro and evangelical politiciansGoldstein, Ariel AlejandroJAIR BOLSONAROEVANGÉLICOSFRENTE EVANGÉLICA PARLAMENTARNEOPENTECOSTALISMOhttps://purl.org/becyt/ford/5.6https://purl.org/becyt/ford/5Trata-se de uma análise da aliança de um setor dos evangélicos com o governo Bolsonaro, que passa pela formação da Frente Parlamentar Evangélica (FPE). Para tanto, volta-se para a década de 1980, quando os evangélicos iniciam sua participação na partidária, apresentando candidatos a deputados. Foram um importante apoio para a candidatura de Fernando Collor de Melo à presidência da república, enquanto os católicos passaram a ser vistos pelos neopentecostais como integrantes de uma "aliança comunista" que apoiavam Lula. A partir de 2003, com a chegada do PT à presidência, estes grupos estabeleceram uma aliança pragmática com o Governo, condicionando o seu apoio ao compromisso da candidata de não impulsionar o aborto e adotar uma posicão consensuada com eles a respeito da homossexualidade. O deputado Eduardo Cunha, eleito em fevereiro de 2015 como presidente da Câmara dos Deputados, promoveu o impeachment da Dilma e foi um membro importante da Frente Parlamentar Evangélica. O desprestígio generalizado da classe política e os devastadores efeitos da crise econômica sobre a vida social, assim como uma formidável crise na segurança pública, as bases populares, que haviam apoiado o Partido dos Trabalhadores (PT) por sus exitosas políticas de transferência de renda como o Bolsa Família, foram migrando rumo a outras opções. Estes aspectos reforçaram o poder dos pastores evangélicos como referências diante da queda dos principais líderes políticos. Como “sociólogos selvagens”, percebendo cotidianamente as angústias populares, os pastores evangélicos foram dos primeiros a reconhecer o potencial eleitoral do ex-capitão do Exército Jair Bolsonaro. Tanto Michelle Bolsonaro como o presidente constroem uma narrativa religiosa messiânica que entende a presidência, especialmente a partir da facada, como uma missão moral redentora e guiada por Deus. Fortalece-se assim a presença dos evangélicos na cúpula do poder, quando a FPE que havia interagido com o ex-presidente Lula passa a fazê-lo com Bolsonaro, com vistas a implantar a sua própria agenda conservadora. Esta análise também desmente algumas crenças da imprensa e dos setores progressistas sobre a factibilidade de que seja realizado um impeachment de Bolsonaro e de que o ex-capitão do Exercito seja substituído pelo vice-presidente Hamilton Mourão. Assevera que, ennquanto o presidente continua numa tendência à declinação em sua popularidade, estes setores aumentam proporcionalmente a sua importância para a sustentação do Governo, ganhando espaço e influência.Fil: Goldstein, Ariel Alejandro. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas; Argentina. Universidad de Buenos Aires. Facultad de Ciencias Sociales. Instituto de Estudios de América Latina y el Caribe; ArgentinaUniversidade Federal de Santa Catarina2021-09info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionhttp://purl.org/coar/resource_type/c_6501info:ar-repo/semantics/articuloapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11336/166223Goldstein, Ariel Alejandro; Jair Bolsonaro e os políticos evangélicos; Universidade Federal de Santa Catarina; Em Tese; 18; 2; 9-2021; 47-661806-5023CONICET DigitalCONICETporinfo:eu-repo/semantics/altIdentifier/url/https://periodicos.ufsc.br/index.php/emtese/article/view/81371info:eu-repo/semantics/altIdentifier/doi/10.5007/1806-5023.2021.e81371info:eu-repo/semantics/openAccesshttps://creativecommons.org/licenses/by/2.5/ar/reponame:CONICET Digital (CONICET)instname:Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas2025-09-03T09:50:44Zoai:ri.conicet.gov.ar:11336/166223instacron:CONICETInstitucionalhttp://ri.conicet.gov.ar/Organismo científico-tecnológicoNo correspondehttp://ri.conicet.gov.ar/oai/requestdasensio@conicet.gov.ar; lcarlino@conicet.gov.arArgentinaNo correspondeNo correspondeNo correspondeopendoar:34982025-09-03 09:50:44.66CONICET Digital (CONICET) - Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicasfalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Jair Bolsonaro e os políticos evangélicos Jair Bolsonaro and evangelical politicians |
title |
Jair Bolsonaro e os políticos evangélicos |
spellingShingle |
Jair Bolsonaro e os políticos evangélicos Goldstein, Ariel Alejandro JAIR BOLSONARO EVANGÉLICOS FRENTE EVANGÉLICA PARLAMENTAR NEOPENTECOSTALISMO |
title_short |
Jair Bolsonaro e os políticos evangélicos |
title_full |
Jair Bolsonaro e os políticos evangélicos |
title_fullStr |
Jair Bolsonaro e os políticos evangélicos |
title_full_unstemmed |
Jair Bolsonaro e os políticos evangélicos |
title_sort |
Jair Bolsonaro e os políticos evangélicos |
dc.creator.none.fl_str_mv |
Goldstein, Ariel Alejandro |
author |
Goldstein, Ariel Alejandro |
author_facet |
Goldstein, Ariel Alejandro |
author_role |
author |
dc.subject.none.fl_str_mv |
JAIR BOLSONARO EVANGÉLICOS FRENTE EVANGÉLICA PARLAMENTAR NEOPENTECOSTALISMO |
topic |
JAIR BOLSONARO EVANGÉLICOS FRENTE EVANGÉLICA PARLAMENTAR NEOPENTECOSTALISMO |
purl_subject.fl_str_mv |
https://purl.org/becyt/ford/5.6 https://purl.org/becyt/ford/5 |
dc.description.none.fl_txt_mv |
Trata-se de uma análise da aliança de um setor dos evangélicos com o governo Bolsonaro, que passa pela formação da Frente Parlamentar Evangélica (FPE). Para tanto, volta-se para a década de 1980, quando os evangélicos iniciam sua participação na partidária, apresentando candidatos a deputados. Foram um importante apoio para a candidatura de Fernando Collor de Melo à presidência da república, enquanto os católicos passaram a ser vistos pelos neopentecostais como integrantes de uma "aliança comunista" que apoiavam Lula. A partir de 2003, com a chegada do PT à presidência, estes grupos estabeleceram uma aliança pragmática com o Governo, condicionando o seu apoio ao compromisso da candidata de não impulsionar o aborto e adotar uma posicão consensuada com eles a respeito da homossexualidade. O deputado Eduardo Cunha, eleito em fevereiro de 2015 como presidente da Câmara dos Deputados, promoveu o impeachment da Dilma e foi um membro importante da Frente Parlamentar Evangélica. O desprestígio generalizado da classe política e os devastadores efeitos da crise econômica sobre a vida social, assim como uma formidável crise na segurança pública, as bases populares, que haviam apoiado o Partido dos Trabalhadores (PT) por sus exitosas políticas de transferência de renda como o Bolsa Família, foram migrando rumo a outras opções. Estes aspectos reforçaram o poder dos pastores evangélicos como referências diante da queda dos principais líderes políticos. Como “sociólogos selvagens”, percebendo cotidianamente as angústias populares, os pastores evangélicos foram dos primeiros a reconhecer o potencial eleitoral do ex-capitão do Exército Jair Bolsonaro. Tanto Michelle Bolsonaro como o presidente constroem uma narrativa religiosa messiânica que entende a presidência, especialmente a partir da facada, como uma missão moral redentora e guiada por Deus. Fortalece-se assim a presença dos evangélicos na cúpula do poder, quando a FPE que havia interagido com o ex-presidente Lula passa a fazê-lo com Bolsonaro, com vistas a implantar a sua própria agenda conservadora. Esta análise também desmente algumas crenças da imprensa e dos setores progressistas sobre a factibilidade de que seja realizado um impeachment de Bolsonaro e de que o ex-capitão do Exercito seja substituído pelo vice-presidente Hamilton Mourão. Assevera que, ennquanto o presidente continua numa tendência à declinação em sua popularidade, estes setores aumentam proporcionalmente a sua importância para a sustentação do Governo, ganhando espaço e influência. Fil: Goldstein, Ariel Alejandro. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas; Argentina. Universidad de Buenos Aires. Facultad de Ciencias Sociales. Instituto de Estudios de América Latina y el Caribe; Argentina |
description |
Trata-se de uma análise da aliança de um setor dos evangélicos com o governo Bolsonaro, que passa pela formação da Frente Parlamentar Evangélica (FPE). Para tanto, volta-se para a década de 1980, quando os evangélicos iniciam sua participação na partidária, apresentando candidatos a deputados. Foram um importante apoio para a candidatura de Fernando Collor de Melo à presidência da república, enquanto os católicos passaram a ser vistos pelos neopentecostais como integrantes de uma "aliança comunista" que apoiavam Lula. A partir de 2003, com a chegada do PT à presidência, estes grupos estabeleceram uma aliança pragmática com o Governo, condicionando o seu apoio ao compromisso da candidata de não impulsionar o aborto e adotar uma posicão consensuada com eles a respeito da homossexualidade. O deputado Eduardo Cunha, eleito em fevereiro de 2015 como presidente da Câmara dos Deputados, promoveu o impeachment da Dilma e foi um membro importante da Frente Parlamentar Evangélica. O desprestígio generalizado da classe política e os devastadores efeitos da crise econômica sobre a vida social, assim como uma formidável crise na segurança pública, as bases populares, que haviam apoiado o Partido dos Trabalhadores (PT) por sus exitosas políticas de transferência de renda como o Bolsa Família, foram migrando rumo a outras opções. Estes aspectos reforçaram o poder dos pastores evangélicos como referências diante da queda dos principais líderes políticos. Como “sociólogos selvagens”, percebendo cotidianamente as angústias populares, os pastores evangélicos foram dos primeiros a reconhecer o potencial eleitoral do ex-capitão do Exército Jair Bolsonaro. Tanto Michelle Bolsonaro como o presidente constroem uma narrativa religiosa messiânica que entende a presidência, especialmente a partir da facada, como uma missão moral redentora e guiada por Deus. Fortalece-se assim a presença dos evangélicos na cúpula do poder, quando a FPE que havia interagido com o ex-presidente Lula passa a fazê-lo com Bolsonaro, com vistas a implantar a sua própria agenda conservadora. Esta análise também desmente algumas crenças da imprensa e dos setores progressistas sobre a factibilidade de que seja realizado um impeachment de Bolsonaro e de que o ex-capitão do Exercito seja substituído pelo vice-presidente Hamilton Mourão. Assevera que, ennquanto o presidente continua numa tendência à declinação em sua popularidade, estes setores aumentam proporcionalmente a sua importância para a sustentação do Governo, ganhando espaço e influência. |
publishDate |
2021 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2021-09 |
dc.type.none.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion http://purl.org/coar/resource_type/c_6501 info:ar-repo/semantics/articulo |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.none.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/11336/166223 Goldstein, Ariel Alejandro; Jair Bolsonaro e os políticos evangélicos; Universidade Federal de Santa Catarina; Em Tese; 18; 2; 9-2021; 47-66 1806-5023 CONICET Digital CONICET |
url |
http://hdl.handle.net/11336/166223 |
identifier_str_mv |
Goldstein, Ariel Alejandro; Jair Bolsonaro e os políticos evangélicos; Universidade Federal de Santa Catarina; Em Tese; 18; 2; 9-2021; 47-66 1806-5023 CONICET Digital CONICET |
dc.language.none.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/altIdentifier/url/https://periodicos.ufsc.br/index.php/emtese/article/view/81371 info:eu-repo/semantics/altIdentifier/doi/10.5007/1806-5023.2021.e81371 |
dc.rights.none.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess https://creativecommons.org/licenses/by/2.5/ar/ |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
rights_invalid_str_mv |
https://creativecommons.org/licenses/by/2.5/ar/ |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Santa Catarina |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Santa Catarina |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:CONICET Digital (CONICET) instname:Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas |
reponame_str |
CONICET Digital (CONICET) |
collection |
CONICET Digital (CONICET) |
instname_str |
Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas |
repository.name.fl_str_mv |
CONICET Digital (CONICET) - Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas |
repository.mail.fl_str_mv |
dasensio@conicet.gov.ar; lcarlino@conicet.gov.ar |
_version_ |
1842269050789429248 |
score |
13.13397 |